REFLEXÕES DE FIM DE ANO
sobre o
pragmatismo chinês
Em
dezembro de 2011, observando os camelôs barulhentos, que se acotovelaram nas calçadas da Avenida Conde da Boa Vista,
verifiquei que toalhas e assemelhados, ali vendidas, eram todos de fabricação
chinesa.
Na
ocasião, causou impressão o uso de motivos ocidentais, tais como, folha de
pinheiros do tipo “pinus elliot”, papai noel, paisagens de bosques e prados
europeus e... pasmem, símbolos cristãos explícitos, representações do Sagrado
Coração de Jesus e de Maria”. Tudo impresso em cores vivas e com relativa perfeição
na arte de copiar os originais europeus.
Fiquei
ruminando em meus pensamentos, o grau d pragmatismo de um estado oficialmente ateísta,
que costumeiramente perseguiu os cristãos, desde a tomada do poder, em 1949,
pelo líder Mao.
Todavia,
minhas reflexões seriam ainda mais surpreendidas, quando, recentemente, ao
verificar os detalhes da edição de uma Bíblia da Editora Ave Maria, percebi, que,
embora todas as chancelas e referências estivessem em perfeita ordem, a
impressão, também de muito boa qualidade, foi realizada em Nanquim, na China.
Em um
instante de memória, lembrei que centenas de milhares de Bíblias foram
queimadas e seus proprietários sumariamente executados, na chamada “Revolução
Cultural”, o que não causa nenhum acanhamento aos senhores pragmáticos do
estado chinês, que agora promovem a exportação massiva do mais sagrado livro
dos cristãos, ávidos pelo volume dos lucros advindos destas vendas.
Ocorre-me,
entretanto, que observando a História, veremos que ditaduras, sejam elas de que
tipo for, não têm princípios e subsistem para a preservação, fortalecimento e
expansão do próprio poder, apesar do resto do mundo.
Recife,
30 de dezembro de 2014
Marcelo
Cavalcanti(81)97046806
www.politicamenteatrevido.blogspot.com