ERA UMA VEZ ...(MAIS UMA VEZ)

- O INCIDENTE DE CAMPO GRANDE, RIO DE JANEIRO E AS LIÇÕES DA HISTÓRIA -

Era uma vez a Alemanha do início dos anos trinta. Era uma vez em Berlim, Alexanderplatz. Era uma vez bandos de jovens com roupas uniformizadas, tarjas e braçadeiras com cruzes recurvadas, portando porretes, correntes, facas, canivetes, mais adiante, pistolas, etc. era uma vez a ascensão do “terceiro reich” (assim chamado) sob a égide de um austríaco de prenome Adolf, que teve seu partido, o Nacional socialista, absolutamente vitorioso nas eleições. Era uma vez o preâmbulo do assalto ao Estado Alemão por um grupo de obstinados que chegaram a fazer o Ocidente tremer. Era uma vez um gestor público que reduziu o desemprego a zero, acabou a inflação e soergueu a economia do país. Era uma vez o nascimento e fortalecimento do nazifascismo alemão. Tudo, no começo, parecia não passar de badernas e desordens de jovens fanáticos e desocupados. Era uma vez... E deu no que deu.

A mistura de poder de estado, ideologia radical-messiânica e militância violenta é pura nitroglicerina política.

Atos democráticos devem se contrapor a essas ofensas à lei, à paz, à boa ordem institucional e aos valores democráticos da República. Caso contrário corremos o risco de nos tornarmos figurantes de um enredo onde: era uma vez...

Casa Forte, 21/10/2010
Marcelo Cavalcanti
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