A FUSÃO, OS INTERESSES DO BRASIL E AS IN
TENÇÕES DO GOVERNO

A fusão do grupo Pão de Açúcar com o Carrefour, em princípio, não tem nada de anormal. O que causa estranheza é a notícia de um empréstimo de 4 bilhões de reais do BNDES para fortalecer a operação. Tal quantia poderia ser destinada a uma carteira de financiamento de redes locais de supermercados com resultados sócio-econômicos mais notáveis.

Na Europa, os países preservam legalmente áreas da economia para o pequeno comércio, como modo de gerar e oxigenar o capital. Pois é, os pioneiros do capitalismo sabem que a monopolização sem freios de setores da economia pode ter resultados negativos.

No Brasil, a fusão pode levar à divisão do setor de supermercados em dois grandes blocos: a rede Walmart e o que virá a ser o produto a união “Pão deAçúcar – Carrefour”. Espremidos ficarão as redes regionais e locais de supermercados, que são os maiores geradores de emprego e atingem mais proximamente os subúrbios e cidades médias.

Isto parece um total “non sense”, mas, é bom não esquecer que Abílio Diniz é um entusiástico apoiador do governo. Há quem diga, que mais uma vez: “é dando que se recebe”...

Casa Forte, 30de junho de 2011
Marcelo Cavalcanti
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