quinta-feira, 27 de outubro de 2011

RÉQUIEM PARA O “MAU LADRÃO”



Desejar e apropriar-se do alheio faz o ladrão. A maneira como isto ocorre, faz o tipo. O “modus operandi” faz o estilo. Todavia, todos são ladrões: seja porque tomam de assalto, seja porque achacam e cobram percentuais em nome de causas e objetivos messiânicos. O fato, é que ao contrário do ditado popular, o estilo não desfaz o ladrão.

No entanto, diante das vicissitudes do ofício, alguns se desculpam e até se arrependem. Estes, os arrependidos, são os bons. O arrependimento é um valor cristão, mas, para perceber e empolgar esta forma de rever a vida é preciso assumi-la como virtude, algo a ser buscado. Se os valores são outros, muda a nomenclatura. É aí, que a consciência do erro se limita a autocrítica. O arrependimento do “bom ladrão”inclui a confissão e a esperança do perdão. Contudo, isto é apologética cristã. Serve para quem acredita.

Pois é, o outro responde, negando o “mal feito”, pretendendo se mostrar indestrutível; não tem sentimento de culpa, afinal, quem sabe, existe uma causa maior (?...). Se a causa é maior ou menor, pouco importa. A obstinação do ideário envolve tudo. A ele é dedicado este réquiem. O infortúnio não fez descer da sela da soberba. A sua cruz é a do “mau ladrão”.

Casa Forte, 27 de outubro de 2011
Marcelo Cavalcanti
(81)93195627 - cavalcantimarcelo1948@hotmail.com
www.politicamenteatrevido.blogspot.com


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