terça-feira, 2 de julho de 2013

REVOLTA NÃO É REVOLUÇÃO - II


A REVOLTA COMO DESEMBOCADURA DA FOME E SEDE DE JUSTIÇA

 
Após muitos anos de promessas fátuas, de construção de mitos sedutores e uma escalada de alguns degraus sociais, a nova classe média, os emergentes do Século XXI descobrem que tudo pode se evaporar e aí, esta decepção leva a frustração e o passo seguinte já é a revolta. Bem, a revolta está nas ruas e esta erupção irredentista põe em questão o poder estabelecido e as instituições que o representam.

As bandeiras são muitas e as mais variadas. Uma ampla diversidade de interesses traduzidos em uma multiplicidade de gritos, brados roucos injetados de mágoa de tantos anos de desfaçatez disfarçada de demagogia populista.

Tais fatos vêm tomando a atenção dos meios de comunicação daqui e do mundo. E assim, mostram, exibem na ribalta da mídia a indignação dos que se sentem iludidos e buscam no caminho dos protestos ruidosos, uma tentativa  de pressão e de solução para os problemas e elementos vistos como causas de aflição.

Este roteiro de mobilização e ação política é, sem dúvida, radical, porém, muitas vezes necessário. Todavia, é preciso jogar a água suja ribanceira abaixo sem, contudo, atirar fora a criança e por criança entenda-se  os valores fundamentais da democracia e suas instituições.

Portanto, ir às praças e avenidas de braço erguido, ostentando cartazes com anseios e a indignação de cada um é muito importante, porém, é vital não esquecer que a liberdade é como uma flor que exige muitos cuidados.

Agora, que estas atenções não sejam motivo ou impedimento para a livre expressão do povo em sua demonstração exuberante de que o gigante, a pátria neles mais que representada, mas, orgulhosamente encarnada, de fato acordou e está muito aborrecida, indignada (este é o termo) com tanta injustiça e cinismo, o que lhe dá fome, sede e raiva. E isto é, em uma expressão do ex-presidente Fernando Henrique, produto de uma dissonância cognitiva entre o que se percebe, o que se sente e o que é dito pelo discurso oficial, pelo marketing “chapa branca”.

Essa diatonia transborda no grito que diz: “vem pra rua!” Porque é na rua que essas massas encontram o espaço de diálogo e ação política, onde elas  são ouvidas, mais que isso, escutadas.

Recife, 02 de julho de 2013
Marcelo Cavalcanti
(81)93195627
www.politicamenteatrevido.blogspot.com

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