quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Xiita tenta achacar Jô Soares
Nosso polivalente Jô Soares, que faz um excelente "talk show", entrevistou nesta terça última (24/11) o jornalista William Waack, tendo como tema a entrevista realizada pelo segundo com o presidente do Irã, Mahmud Ahmadinejad. Como William já estivera em Teerã, durante a revolução, além de ser testemunha dos fatos históricos, teve oportunidade de conhecer o mentor de todo o processo, o aiatolá Komeíni.
Tudo transcorreu muito bem, com humor, crítica, perspicácia e inteligência. No entanto, ontem (25/11), Jô recebeu uma interpelação de um líder xiita, pedindo explicações e também uma cópia do programa em questão. Mais que um pedido de explicações, a interpelação tem um tom censura, ameaça velada e sabe-se mais o que. Jô Soares respondeu ilustrando com citações de alguns excertos do "Livro Verde" do próprio Komeíni e em seguida declarou com veemência que não enviaria (pela primeira vez) a cópia solicitada.
Ora se o líder xiita acha que houve ofensa à sua religião, que reclame judicialmente. a lei brasileira é dura em relação ao preconceito e discriminação religiosa. Senhor xiita, somos um estado laico, compreende, laico. Aqui é proibido desrespeitar qualquer confissão religiosa (ao contrário do Irã), mas, também, não há abrigo legal para nenhum privilégio. Nossos governantes (bem ou mal) são eleitos de modo livre em eleições reconhecidamente das mais transparentes democráticas do mundo, não havendo nenhum, nenhum mesmo impedimento de ordem religiosa para que sejam candidatos. Nossas querelas, inclusive políticas, são resolvidas por tribunais civis, laicos, compostos por juízes de direito, entende senhor interpelador? Portanto, é descabida e insolente a sua atitude.
Ao nosso brilhante Jô soares, aqui fica minha solidariedade.
Casa Forte, 26/11/2009
Marcelo Cavalcanti

2 comentários:

  1. Nossa, eu vi isso ontem, e fiquei pasma com alguns pensamentos do Livro Verde. Vou até a algum sebo ver se encontro para ler na íntegra.

    ResponderExcluir
  2. Alô Débora,
    compre e leia você mesma. Seria hilariante se nãofosse trágico para os vivem naquela região do mundo e são mulheres, homossexuais ou ainda seguidores da religião "bahai".
    Agora, o que nos toca mais de perto é que o ilustre presidente de lá foi recebido e abraçado por Sua Excelência, que agora tem um novo título de "filho do Brasil" (depois do "lulinha paz e amor" de 2002... e do "paladino das estatais" de 2006, tudo é possível em matéria de culto a personalidade), mas, o problema é ele representa o país perante o mundo e com essas trapalhadas todas dá uma vergonha...!
    Como diz o bordão: dias melhores virão. nisso eu acredito.
    Um abraço.
    Marcelo Cavalcanti

    ResponderExcluir