terça-feira, 1 de dezembro de 2009

ELEIÇÕES ABREM CAMINHO DA NORMALIDADE EM HONDURAS

Depois de muita polêmica e controvérsia, o governo chamado (supostamente) de golpista,porque evitou o real golpe por via plebiscitária, realizou, com relativa tranquilidade, eleições gerais e o resultado está aí.

O novo presidente eleito (que foi candidato de oposição) já anunciou a formação de um governo de unidade nacional e num gesto de boa vontade declarou que vai procurar o governo brasileiro para normalizar as relações entre os dois países. Na prática,a vitória política no campo internacional já foi garantida. Os Estados Unidos,país com o qual Honduras tem quase 80% de suas relações econômicas e de onde vem 75% do turismo e investimentos, já reconheceu as eleições.

Além do EUA, o México, Colômbia, Panamá, Costa Rica também declararam legítimas as eleições. Em breve, outros países econômica e diplomáticamente importantes deverão seguir o mesmo rumo.

Desses fatos, ficam quatro lições. A primeira é que o governo interino do presidente Micheleti tinha um propósito democrático de evitar o golpe do continuismo pela via plebiscitária. E assim, procedeu, cumprindo uma agenda de normalização institucional que foi e está sendo cumprida com rigor .

A segunda lição, foi um erro no processo que causou a polêmica e o "vaudeville" que sabemos e assistimos. De fato, prender e expulsar do paísf oi uma ação inepta. Depor por via congressual presidentes eleitos, nós já fizemos no caso Collor. Na questão hondurenha, além da decisão do congresso, houve sentença da suprema corte de lá. Chamar a tudo isso de golpe é ridículo, mas, usar manobras continuistas para se eternizar no poder é um vício peculiar aos processos chamados de "bolivarianos". Vide os casos de Venezuela, Bolívia e Equador. Só para lembrar: Hitler ascendeu ao poder na Alemanha pelos votos dados a seu partido, tornou-se chanceler e o resto, bem, o resto, a gente já conhece.

A terceira lição, é o caráter deplorável e vexatório em que ficou o Brasil por conta da concessão da sede embaixada para acampamento de um ex-presidente e dezenas de correligionários (um ato grosseiro, absurdo e agressivo), seguindo-se sucessivas declarações desastrosas, infladas de evidente parcialidade, caracterizando ingerência na autonomia de um estado independente, que, para agravar, tem poucas relações econômicas com o Brasil. O que o nosso governo fez capitaneado por Sua Excelência, o Presidente da República, foi uma lista de ações ideológicas que serviram e servem ao expansionismo da chamada "revolução bolivariana". Isto é grave porque coloca o país a serviço dos intentos malsãos de um coronel caldilho, que se deixarem... ainda acaba como "imperador dos andes". E isto é absolutamente lesivo aos interesses do Brasil.

Enfim, tomemos os fatos hondurenhos como uma lição dada por seu povo que persistiu na senda democrática da paz, da defesa das instituições, da recusa aos apelos caudilhescos, da manutenção da concórdia nacional e da reconstrução de um caminho de progresso e união fraterna.

Casa Forte, 01/12/2009
Marcelo Cavalcanti
81-92482399 - cavalcantimarcelo1948@hotmail.com

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