Parece piada, mas, é fato. Em solenidade aqui, no Nordeste, Sua Excelência, o Presidente da República soltou um sonoro palavrão. Pois é, depois de defender a desinformação coma frase emblemática do "eu não li e cheguei lá", uma pregação da "incultura", a contra mão do mundo civilizado moderno, agora, somos surpreendidos pelo pregão da "boca suja".
Tenho medo que esses oito anos, em que o país está sob o mando de Sua Excelência, passe à História como a "era da grossura". Quando nos anos noventa, alguns mal-educados faziam piada de péssimo gosto, ridicularizando a fala inculta e os modos toscos do então candidato a presidente, de extração popular, eu, que engrossava o coro dos que combatiam a possibilidade de virmos a passar o vexame histórico, que estamos vivenciando, ficava constrangido . Sempre achei que quem assim procedia ou procede, resvalando lodo escorregadio do preconceito e da quebra da isonomia tão cara à república. Apenas, é bom lembrar que isonomia sem o equilíbrio da avaliação meritocrata se torna um atalho para a"via grotesca", o caminho fácil da premiação àqueles que fazem da própria condição de incultos, socialmente hisurtos e deseducados um cabedal de virtudes.
Assim, pelo riso sarcástico de piadas de gosto discutível, que sublinhavam as infrações gramaticais e os atentados à sintaxe do discurso prosaico e simplório, do então candidato, anunciava-se a epifania do que hoje, pasmos e bestificados, assistimos.
Envergonhados, diante de nossos filhos e netos, que são expostos a esses descalabros verbais, só nos resta implorar: "menas" Presidente, "menas"...
"Post Scriptum" : Do acervo mais recente de piadas não alinhadas ao politicamente correto: Dizem que Obama só chamou o atual Presidente de "O Cara", porque o presidente americano não sabe, compreensivamente, não sabe português.
Casa Forte, 11/ 12/ 2009
Marcelo Cavalcanti
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