quinta-feira, 29 de abril de 2010

A HERANÇA É VERMELHA, MAS,
SEGUNDO O FILME DE KIESLOWSKI,
“A LIBERDADE É AZUL”


Primeiro, o chamado “campo majoritário” saneou os quadros petistas, expulsando os trotsquistas da “convergência socialista”, que como tais, nunca aceitariam um projeto de alianças com liberais, malufistas, grandes banqueiros , etc. Tais acordos, ou “conchavos”, como eles chamam, não se harmonizam com suas teorias sobre “revolução permanente”.

Depois, redigiram a legendária “carta aos brasileiros”, que embala um candidato ex-operário, ex-sindicalista, líder de um partido de esquerda de rótulo radical com uma roupagem anódina e furta-cor.

Aí, veio a posse e o plano de tomada, não do governo, que já tinham, mas, do estado. Era o plano dirceu-paloci-delúbio que deu no que deu e a criatura descobriu o criador. Por causa de uns trocados de alguns milhares de reais embolsados, de modo acintosamente truculento por alguém de quarto escalão, foi aceso o estopim que fez ruir o mefistofélico estratagema para tomar de assalto estado.

Quatro anos depois, uma nova estratégia está montada. Com tanta popularidade, com o país surfando momentaneamente no meio da crise financeira mundial, a continuidade passou a ser algo, a primeira vista, concretizável. Todavia, todo este sucesso cobra o preço em vaidade e uma enorme tentação para o orgulho e a soberba. Sua Excelência, o grande líder, que saiu um dia de Caetés, lá no agreste pernambucano, após se deslumbrar, vestiu sua alma com a túnica de um deus, costurou-a com as linhas da empáfia e da prepotência, e assim, se achou com o poder de fazer o que quisesse, inclusive, sua (pressuposta) sucessora, acima e além de qualquer senso crítico.

Portanto, deste modo, está posto o testamento: uma herança vermelha para o Brasil. No entanto, segundo o filme de Kieslowski, “A Liberdade é Azul”.

Casa forte, 29/04/2010
Marcelo Cavalcanti
(81)92482399 - cavalcantimarcelo1948@hotmail.com

Nenhum comentário:

Postar um comentário