quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

ATENÇÃO GOVERNANTES:

MAIS RESPEITO COM A POPULAÇÃO


Carta Aberta ao Detran-PE e à CTTU-Recife


Prezados Senhores:


São muitos os descaminhos de nossas ruas e maiores os Absurdos por parte de quem deveria ser exemplar no cuidado com os cidadãos, usuários dos equipamentos urbanos.

A primeira questão a ser abordada é o regime de total impunidade em que vivem os populares motoqueiros. Ultrapassam à revelia das regras legais, ameaçam os condutores de outros veículos, danificam os retrovisores dos carros de modo irresponsável e até criminoso (ou seja, proposital) param em cima da faixa de pedestre, desrespeitam sinal vermelho de modo contumaz, estacionam acintosamente sobre as calçadas e raramente são multados. As câmeras de vigilância de trânsito têm dificuldade de filmar as placas de identificação, que são colocadas, de maneira premeditada, em posição irregular e mesmo assim, tais motos não são vistoriadas, nem os condutores punidos por esta irregularidade.

Seria uma catilinária descrever o sumário de contravenções e mesmo crimes cometidos por condutores de motos. Todavia, o que mais indigna é o comportamento pusilânime, omisso e permissivo dos agentes de trânsito e das autoridades a quem representam. A CTTU, que é responsável pelo trânsito na capital, não se faz presente com o mínimo de efetividade no dia a dia da cidade. E quando, por acaso, está presente a uma destas cenas, acima relatadas, é permissiva e não atua com rigor. Na prática, é como se existissem duas regras: o “Código de Trânsito” e um outro “código” informal que varia com a cultura e o humor dos agentes de trânsito.

Não há vontade política em determinar a atuação rigorosa dos prepostos nomeados para este trabalho. O “more” é o código legal, mas, o que vale mesmo é um simplório “folkway”: ou seja, o que cada um “acha” que é certo ou não, o que cada indivíduo interpreta como importante ou não. É a cultura da “tolerância mil”. Mais que isto, é o suprassumo da prepotência e do abuso de autoridade (omissão também é abuso de função) que elabora sua “lei” pessoal e a aplica ao sabor de seu humor. Acima deles, não nos esqueçamos, está o governante, o executivo que finge que não vê, que não sabe para que tudo continue como sempre e o cidadão de bem, cumpridor de seus deveres, sendo atropelado em seus direitos e pior, sendo vilipendiado pela sanha, não raro violenta, de contraventores de toda a ordem.

A segunda questão é a ocorrência de cruzamentos com sinais que funcionam plenamente, onde existem faixas de pedestres, mas, não existe tempo demarcado para a travessia dos mesmos pedestres. Parece piada de tão esdrúxulo, porém, é real. Exemplos:

1) Cruzamento da Av. Agamenon Magalhães com a Praça do Derby, lá, pedestres são obrigados a contar com a tolerância de motoristas, pois não há um só instante reservado para os mesmos;

2) Semáforo na Av. 17 de Agosto no cruzamento com a Praça Flor de Santana, onde também não há tempo suficiente para os pedestres e assim o que resta uma faixa exposta ao desrespeito pelos motoristas apressados.

A terceira questão é a permissividade no estacionamento em áreas proibidas que é tolerado mesmo na presença de agentes de trânsito. Exemplos:

1) Rua da Hora a partir das 12horas e principalmente após às 19 horas, quando bares e restaurantes ocupam até as calçadas e obstruem a passagem e o livre fluxo de trânsito, com a atuação ilegal e abusiva de manobristas e “flanelinhas” que, na prática, administram a rua até como se fossem “guardas de trânsito”;

2) Ocupação da parada de ônibus da Praça do Derby por taxis que ali estacionam, (após às 21 horas e nos finais de semana) obrigando idosos e pessoas com deficiência a desembarcaram dos coletivos no meio da rua e não terem acesso facilitado às calçadas que são altas e se tornam barreiras arquitetônicas;

3) Em toda a extensão da Av. Conde da Boa Vista, entre o cruzamento da Rua do Hospício e da Rua da Aurora, observa-se o trânsito irregular de veículos fora dos horários permitidos, também, parada e estacionamento junto aos pontos de ônibus (o que é proibido a qualquer hora) e o que é mais absurdo, pasmem! O uso da rampa de acesso de deficientes na calçada que fica entre o Edifício Pirapama e a Rua Sete de Setembro, como área de estacionamento de viaturas policiais a qualquer hora, deixando cadeirantes e pessoas com dificuldades de locomoção constrangidas e impedidas no uso de um equipamento que foi construído para elas.

Bem, é importante salientar que, não apenas vivemos em uma sociedade propensa ao desregramento e o descalabro no uso das vias públicas, porém, assistimos, de igual modo, a transgressão, omissão e descaso por parte das autoridades e seus prepostos (policiais, guardas municipais, fiscais do Consórcio Grande Recife, etc.), que se tornam coniventes e cúmplices passivos dos fatos denunciados.



O agente público, que devia dar exemplo, é frequentemente o vetor de infrações. Seja pela omissão (repito), descaso e negligência; seja pela atitude arbitrária e discricionária; seja pelo abuso ostensivo da própria condição, exorbitando em ações ativas de desrespeito à lei, o que provoca revolta, indignação e repugnância ao cidadão de bem, além de ser péssimo exemplo de cidadania por parte daqueles que deviam ser paradigma do comportamento público.

Casa Forte, 09/12/2010
Marcelo Cavalcanti
(81)93195627 - cavalcantimarcelo1948@hotmail.com

























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