sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

O “LIXO EXTRAORDINÁRIO”



Documentário filmado no Brasil recebe indicação para o “Oscar” deste ano. O tema é politicamente correto e simpático. Cuidar dos nossos rejeitos é de fundamental importância para a saúde planetária. O descarte descuidado e displicente do que já não nos serve pode comprometer mais o ambiente que a brutal emissão de carbono e outros elementos pela queima de combustíveis fósseis. A contaminação de lençóis freáticos por lixões, o assoreamento de calhas de rios e canais, a desoxigenação das águas por esgoto e outros procedimentos viciosos são uma irresponsabilidade social.

Dar melhor destino ao lixo reciclável; o manejo eficiente do que é biodegradável e um gerenciamento competente do que pode se tornar contaminante, eis uma lição que deve ser repetida à exaustão.

Aqui está uma tarefa que pode ser assumida pela sociedade. Fazer e educar para que se faça no cotidiano como exercício contínuo de um valor. Também, sentir-se-á, com esta prática, mobilizada a pressionar e cobrar do poder público o compromisso com estes cuidados. Isto tudo se refletirá em iniciativas e ações concretas, exemplares.

A globalização da sociedade humana leva a responsabilidade de dimensão equivalente.

Sem pieguismo de militante deslumbrado, é urgente a adoção de providências mais efetivas com o que sobra do que consumimos. Ressalve-se que é difícil encontrar fundamento em lendas urbanas que vaticinam o afundamento de cidades litorâneas do Atlântico Sul. Afinal, se o Atlântico Norte aquece alguns graus, o Pacífico esfria e é o Pacífico que mais influencia o Atlântico abaixo do equador. Quanto ao aquecimento do Oceano Atlântico Norte e conseqüente derretimento de geleiras periféricas, próximas ao Ártico, os próprios oceanógrafos já identificaram que o fenômeno se origina em transtornos na Corrente do Golfo, que vem do Mar das Antilhas e isto tem a ver com o litoral sul dos Estados Unidos (ali, onde houve o acidente ambiental com a sonda petrolífera da “Britsh Petroleum”, costa oriental do México, Cuba, Porto Rico, etc. E afeta diretamente o litoral europeu, principalmente os países nórdicos. Todavia, o problema em discorrer com seriedade sobre meio ambiente é que o tema virou folclore, crença fundamental, imaginário ético, artigo de consumo “pop”. Bem, aí, o terreno é fértil para toda sorte de elaborações. E mais fecundo ainda para especulações e insinuações que mais adiante eclodem como postulados a serviço de mega corporações e mesmo países.

O Brasil tem exibido uma atitude que lhe dá “boa reputação” no cenário internacional, contudo, é de se esperar um comportamento governamental mais sóbrio, mais conciso, com menos frases de efeito e mais pulso na defesa dos interesses nacionais; mais autonomia diante das pressões e mitos gestados por uma Europa Ocidental dependente do gás russo e do bom humor de Vladimir Putin que é quem manda nas torneiras do gasoduto.

O Brasil não precisa e não deve embarcar nesta paranóia. Bem, pelo menos parece que a nova Presidente não herdou (graças aos Céus) a vaidade simplória e a avidez por aplausos daquele que a antecedeu. Isto pode ser uma mudança preciosa para o país.

Casa Forte, 28/01/2011
Marcelo Cavalcanti
(81)93195627 - cavalcantimarcelo1948@hotmail.com

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