terça-feira, 16 de agosto de 2011

O SOFISMA E A FRAUDE

- Uma introdução ao dilema entre a montanha e a catedral


A busca da montanha como uma escalada rumo há três milênios atrás é um ato reacionário, um delírio “retrô” lúgubre e uma hipocrisia malévola.

A idealização da montanha como uma forma de “ereção” da natureza se mostra como uma manifestação pós romântica de uma moral política constritora.

A catedral, ou catedrais, sempre, na modernidade, receberam a culpa de serem ferramentas de contenção do progresso humano, civilizatório. Nem sempre. No entanto, de outro modo, como é possível imaginar que uma agricultura “orgânica”, autossustentável, respeitadora dos biomas supostamente naturais, possa vir a alimentar, de modo saudável, sete bilhões e meio de humanos?

Ridículo é constatar que o radicalismo preservacionista é um discurso oriundo de sociedades que detonaram mais de 95% de seus bosques originais.

Pior, no entanto, é quando se constrói catedrais do pensamento para advogar o culto ao “politicamente correto”, uma abstração que vai do naturalismo mais ingênuo ao dogmatismo filosófico racionalista mais popularmente representado pelo marxismo protopartidário. Não são, mas, parecem faces de uma mesma moeda. A ditadura do “politicamente correto” serve para um largo leque de interesses. Desde as “ONGs” ambientalistas, cheias de um panfletarismo insipiente e mesmo brega, até o autocratismo ideológico exercido pela esquerda neoestalinista em nome da libertação de uma abstrata e romantizada classe operária, ou, a construção de um “shan-gri-lah” socialista.

Como se vê, as duas entidades se opõem e se complementam. As vezes se equivalem e até “surtam” com padrões “psicóticos”. Assim, são os vulcões e assim foi a inquisição medieval, o delírio do inferno nazista, o estalinismo, a etnofobia racista da “Kan-klus-klan”, o etnocentrismo teocrático terrorista de redes políticas como a “Al Kaeda”, etc.

Contudo, é necessário dialogar a cerca destes “surtos” da humanidade. Compreender para melhor lidar com estas nuances do comportamento histórico-social. Neste aspecto, não são os excessos que precisam ser sublinhados, porém, as diatonias do cotidiano histórico. Digressões são bem vindas. E á bom não esquecer que exacerbações não são a regra e sim exceções que fazem parte do processo e nele se diluem.

Um exemplo emblemático é o maoísmo de fundamento leninista que construiu um gigantesco estado ultra partidário no “Império do Meio”, porém, foi com a aplicação de postulados pragmáticos de Economia e comezinhas regras de manuais de produtividade, que erigiram a atual segunda potência econômica do mundo. A melhor síntese desta política é a frase de um dos seus líderes de algumas décadas atrás, Deng Xiao Ping: “não importa a cor dos gatos, importa que cassem ratos “.

Mas, não nos excedamos nas divagações. O fato é que a catedral chinesa do capitalismo ainda de estado, vive sob regime de partido único, se declara economia de mercado e afirma que é uma “democracia popular socialista”. Adam Smith deve agitar terremotos no túmulo.

Algumas utopias cultuam montanhas e distopias anseiam se tornar catedrais. Quem é maior? Ou, onde o sofisma vira fraude?
Casa forte, 16 de agosto de 2011
Marcelo Cavalcanti
(81)93195627 - cavalcantimarcelo1948@hotmail.com

www.politicamenteatrevido.blogspot.com


Um blog pela liberdade, pela democracia, que aponta as distopias que sombreiam a humanidade

























Nenhum comentário:

Postar um comentário