quarta-feira, 7 de setembro de 2011

INDULGÊNIA QUASE PLENÁRIA II

Quem é o vilão?
O correligionário conspirador,
Ou o opositor leal?


Mais uma vez, faço um movimento de retorno para esclarecer modos distintos de fazer política, que independem de filiação ou tendência partidária.

Mais importante que a resposta óbvia destas interrogações, é o porquê, mesmo discordando do programa de governo e do quadro de alianças da coalisão, toma-se a iniciativa de apoio a uma inteireza básica do governo, ainda que com tantos escândalos, que são superpostos por um desfiar de denúncias que surgem como as pústulas de uma catapora. O vírus vem lá de trás, do governo anterior, do qual, este dizia e diz continuar. Sempre soube que esta continuidade seria parcial e quanto menor, melhor. Afirmei isto na véspera da posse, neste blog, ao comentar que quem tem o perfil da Presidente dificilimamente conseguiria vestir a indumentária de fanfarrão populista de seu antecessor.

Assim, não fiquei surpreso com o estilo circunspecto do início do governo, bem como, a forma dura e travada de negociar com a base parlamentar. No entanto, o que parecia uma deficiência política, se tornou um biombo de defesa perante assédio e as pressões até dos “mui amigos” do próprio partido ao qual a Presidente é filiada.

Aos poucos, apareceram as manobras por cargos, por espaços, por impunidade, por indicações e até para tentar garantir recuos, como é o caso da senadora Marta Suplicy, pressionada para desistir da candidatura à Prefeitura de São Paulo para abrir caminho para Fernando Haddad, predileto do ex-presidente Luiz Inácio.

A futrica, a rasteira, o jogo de corpo passaram da discrição dos bastidores para a ribalta. Uma verdadeira capoeira política. Ao ponto de líderes oposicionistas alertarem para os riscos institucionais, para o comprometimento vicioso da república em consequência deste perverso “fogo amigo”. Hoje, os mais insidiosos algozes do governo Dilma Rousseff estão nas fileiras de seu partido nominal e em uma certa “esquerda ortodoxa” que quer apenas conquistar espaço no aparelho de estado. Afinal, como dizia Lenin, a ”democracia burguesa” é o melhor regime para o avanço rumo ao poder revolucionário.

Em contrapartida, os cidadãos oposicionistas de primeira hora, discordantes programáticos, apontam e denunciam manobra e conspiração para a sabotagem política do governo, apesar dos equívocos e erros de gestão política clamantes.

EM TEMPO: Resolução do recém-encerrado congresso petista investe no controle estatal da mídia (o tal “marco regulatório”). Se conseguirem êxito neste intento, liberdade de imprensa e a livre expressão estarão ameaçadas no Brasil. Mais: seria uma brutal agressão à legitimidade democrática. Muito mais que ousadia, esta atitude exibe um caráter político impudico. Que todos os cidadãos e instituições defensores das liberdades democráticas se levantem repudiando esta intentona política, que almeja (em última instância) transformar a república em um “estado revolucionário totalitário”.

Casa Forte, 07 de setembro de 2011
Marcelo Cavalcanti
(81)93195627 – cavalcantimarcelo1948@hotmail.com


www.politicamenteatrevido.blogspot.com


Um blog pela liberdade e pela democracia para que nunca venhamos a exclamar, novamente, como Castro Alves: ...”Andrada, arranca este pendão dos ares!”...


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