terça-feira, 25 de outubro de 2011

CORRUPÇÃO COM FOICE E MARTELO VII

A PRESUNÇÃO, A PREVENÇÃO E A CAUTELA

O principal argumento da presidente Dilma Roussef ao manter no cargo o já desgastadíssimo ministro Orlando Silva, foi o princípio de direito, da presunção de inocência até a condenação, com as devidas provas. A regra é justa e é um pilar do estado democrático, porém, não se aplica ao caso. O fato, antes de ser jurídico, é político. Os indícios são relevantes e podem se transformar em provas rapidamente. Medidas de prevenção, como o afastamento dos denunciados, seriam atitudes de sábia cautela e preservação da imagem do governo e dos cofres do ministério.

Por outro lado, esta permanência sob suspeição e isolamento político crucifica o PCdoB (perdoem a comparação bíblica) como o “mau ladrão”, ou seja, aquele que mesmo diante do infortúnio final, não se arrepende. Ao optar pela defesa agressiva e a permanência no ministério, o partido em questão, fez o que se esperava com o seu perfil de ação política, mas, foi incauto, aumentando sobremaneira a exposição aos holofotes da mídia, o que vem se transformando em uma onda de denúncias, que pipocam em todo o país. O PCdoB poderá sair deste episódio sem ministério e estigmatizado pela opinião pública como o partido do “mau ladrão”. É certo, que no final jogarão tudo na conta de uma tal “conspiração burguesa internacional”, porém, isto apenas apascenta a consciência de uma parcela de simpatizantes, sedenta de alguma explicação, ainda que reles bordão ideológico roto e esgarçado pela História.

Realçaram a presunção, “ipsi literis”, e esqueceram a prevenção e a cautela.

Casa Forte, 25 de outubro de 2011
Marcelo Cavalcanti
(81)93195627 - cavalcantimarcelo1948@hotmail.com
www.politicamenteatrevido.blogspot.com
Um blog pela liberdade e pela democracia, sem procrastinar em nome da presunção.





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