segunda-feira, 30 de janeiro de 2012


A PIEDADE É  SEMPRE  ESTREMA
(Ela é inerente à condição humana, embora falte nas distopias e seus defensores)
Quando todas as fronteiras são ultrapassadas, pouco ou quase nada resta a recorrer.
Mas, o limite entre a solidariedade humanitária, democrática e o estremo piedoso, as vezes, se confunde. Todavia, a mescla dos significados não degrada a atitude, o gesto de dar a mão, de clamar e erguer o braço para que aqueles que são, de modo inequívoco, oprimidos, perseguidos e aprisionados possam conhecer a liberdade.
Tudo isto é uma introdução à iniciativa de levantar a voz por Yoani Sanchez, a blogueira cubana que vive constrita, impedida de exercer o seu direito de ir e vir, não podendo viajar para o exterior para receber homenagens e comendas, por discordar do regime político de seu país, por denunciar o que é feito com ela mesma, por não se calar diante do sofrimento e das ameaças.
Agora, a Presidente da República vai visitar o país em questão e solicita que seja permitido que a blogueira visite o Brasil para participar de um evento literário. Ao contrário de seu antecessor, que deportou dois jovens atletas que participavam dos Jogos Pan-americanos e tentavam desesperados obter asilo, a presidente atual se dispõe a interceder pela mulher desafortunada que comete o “sacrilégio” de apontar a face desumana e tirânica do suposto “paraíso” socialista cubano.
A Cuba pós queda da União Soviética é um país pendurado em ajudas de teor político suspeito, de governos  que se dizem de esquerda, como o da Venezuela Chavista e o próprio Brasil (que investe a fundo perdido via Petrobrás, etc. naquela liha do Caribe).  Além disto, vive uma crise econômica endêmica que se arrasta desde o início dos anos noventa com todos os vícios de economias estatais sob domínio de regimes totalitários.
No entanto, é necessário reafirmar que, como está declarado no início, a piedade é estrema, mas, pode ser urgente e muito digna; pode ser o braço redentor de desvalidos de direitos civis, empurrados à condição de párias políticos, estigmatizados como “anátema” de “revoluções”.
- Piedade, quero dizer, liberdade para Yoani Sanchez!

Casa Forte, 30 de janeiro de 2012
Marcelo Cavalcanti
http://www.politicamenteatrevido.blogspot.com/

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