sábado, 6 de abril de 2013

Colocando os pontos e vírgulas


COLOCANDO OS PONTOS E VÍRGULAS

O leitor desavisado deste blog pode, eventualmente, achar, abstrair e ter ideias equivocadas sobre o autor destas páginas. Como já afirmei algum tempo atrás, não sou simpatizante, não acredito em “socialismo real”, “científico”, ou de qualquer outro apelido ou aposto, nem mesmo, em fórmulas indissiocrásicas, que acabam em soluções populistas estatizantes de viez autocrático, como é o caso do “bolivarismo” venezuelano, do “peronismo kirchnerista” argentino, etc, etc.

Assim sendo, que fique claro: não estou próximo de me converter em uma espécie de “socialista” de ocasião. Faço estes esclarecimentos porque venho tecendo comentários nitidamente favoráveis aos movimentos políticos que impulsionam uma pré-candidatura presidencial do governador Eduardo Campos.

No passado, nunca votei em Sua Excelência ou apoiei campanhas eleitorais específicas de sua corrente política, salvo, nas eleições estaduais de 1986 e no segundo turno das eleições presidenciais de 1989, em um ato manifestamente anti-collor.

Portanto, este movimento político de fortalecer a postulação de Eduardo Campos à Presidência da República é um modo de galvanizar forças no sentido de impedir a transformação da era petista em uma endemia plutocrata sem fim. E isto, sim, é maléfico para a democracia brasileira. De outro modo, levar ao poder um socialista moderadíssimo, com raiz política de procedência impoluta, não é mau. Pode ser a via de quebrar a heterogênea e turbulenta frente política que se traveste de vermelho e se esconde sob um suposto ideologismo esquerdizante.

Deste modo, estimular a mais ampla articulação de forças mudancistas, que já não suportam a hegemonia de um petismo, em aliança com dissidentes da coalizão governista, pode ser o que falta para uma virada no cenário político brasileiro.

Neste aspecto, as palavras da ex-senadora Marina Silva são assertivas. Não se trata de marcar espaço de oposição ou de adesão, porém, ir adiante, superar os discursos ideológicos mesquinhos. Trata-se de arejar, oxigenar e revitalizar o pensamento democrata de esquerda, como já propuseram teóricos como o italiano Norberto Bobbio, sem o astral pesado do rilhar de dentes do ranço classista, sem o radicalismo que baba na camiseta.

Portanto, que seja bem vinda a articulação alviçareira e promissora que aponta para a candidatura presidencial do governador Eduardo Campos.

Como nos tempos de Júlio Cesar, no momento, vamos à campanha das Gálias...
Recife, 06 de abril de 2013
Marcelo Cavalcanti
(81)93195627
www.politicamenteatrevido.blogspot.com

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