COLOCANDO
OS PONTOS E VÍRGULAS
O
leitor desavisado deste blog pode, eventualmente, achar, abstrair e ter ideias
equivocadas sobre o autor destas páginas. Como já afirmei algum tempo atrás, não sou simpatizante, não
acredito em “socialismo real”, “científico”, ou de qualquer outro apelido ou
aposto, nem mesmo, em fórmulas indissiocrásicas, que acabam em soluções populistas
estatizantes de viez autocrático, como é o caso do “bolivarismo” venezuelano,
do “peronismo kirchnerista” argentino, etc, etc.
Assim
sendo, que fique claro: não estou próximo de me converter em uma espécie de “socialista”
de ocasião. Faço estes esclarecimentos porque venho tecendo comentários
nitidamente favoráveis aos movimentos políticos que impulsionam uma
pré-candidatura presidencial do governador Eduardo Campos.
No
passado, nunca votei em Sua Excelência ou apoiei campanhas eleitorais específicas de sua
corrente política, salvo, nas eleições estaduais de 1986 e no segundo turno das
eleições presidenciais de 1989, em um ato manifestamente anti-collor.
Portanto,
este movimento político de fortalecer a postulação de Eduardo Campos à Presidência
da República é um modo de galvanizar forças no sentido de impedir a
transformação da era petista em uma endemia plutocrata sem fim. E isto, sim, é
maléfico para a democracia brasileira. De outro modo, levar ao poder um
socialista moderadíssimo, com raiz política de procedência impoluta, não é mau.
Pode ser a via de quebrar a heterogênea e turbulenta frente política que se
traveste de vermelho e se esconde sob um suposto ideologismo esquerdizante.
Deste
modo, estimular a mais ampla articulação de forças mudancistas, que já não suportam a
hegemonia de um petismo, em aliança com dissidentes da coalizão governista,
pode ser o que falta para uma virada no cenário político brasileiro.
Neste
aspecto, as palavras da ex-senadora Marina Silva são assertivas. Não se trata
de marcar espaço de oposição ou de adesão, porém, ir adiante, superar os
discursos ideológicos mesquinhos. Trata-se de arejar, oxigenar e revitalizar o
pensamento democrata de esquerda, como já propuseram teóricos como o italiano
Norberto Bobbio, sem o astral pesado do rilhar de dentes do ranço classista,
sem o radicalismo que baba na camiseta.
Portanto,
que seja bem vinda a articulação alviçareira e promissora que aponta para a
candidatura presidencial do governador Eduardo Campos.
Como
nos tempos de Júlio Cesar, no momento, vamos à campanha das Gálias...
Recife,
06 de abril de 2013Marcelo Cavalcanti
(81)93195627
www.politicamenteatrevido.blogspot.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário