CUIDADO...
– O INFERNO MORA AO LADO
A indicação da alternativa
plebiscitária é a denominada “fuga para frente”, ou seja, defender-se diante de
uma situação de acuo, com a manobra de ataque. No caso em questão do momento
brasileiro: a Presidente da República “saiu das cordas” com a declaração de
cinco pontos, onde a proposta de plebiscito é o passo de fuga à frente.
O exemplo francês, do início
dos anos sessenta, é emblemático. De Gaulle adiantou-se às ações e mobilizações
da esquerda e da direita radical que o empurravam, convocando um plebiscito,
onde a eleição do presidente da república passaria ser direta, o que seria uma
pequena revolução, perante a tradição parlamentarista francesa. Depois disso, o
poder lhe caiu no colo por anos e anos e ainda elegeu o sucessor.
Na Venezuela, a queda ruidosa
de Andres Perez, foi ponto de largada para a eleição quase plebiscitária de
Chavez, que aproveitou a grande maioria oportuna para concretizar seus sonhos
autoritários, caudilhescos, aos quais chamou de “bolivarianismo”, o que faz
sentido: Bolivar nunca amou a democracia parlamentar.
O país se encontra em uma encruzilhada
política de grande risco. As mobilizações devem ser mantidas, todavia, é
necessária muita atenção crítica para que nossos jovens e indignados em geral
não sejam manipulados em direção a caminhos autoritários, que resvalam na
perdição totalitária disfarçada de democracia direta.
É justo e muito saudável tentar
assaltar o céu, mas, sem esquecer que a porta do inferno fica ao lado - e está
aberta.
Recife,
28 de junho de 2013
Marcelo
Cavalcanti(81)93195627
www.politicamenteatrevido.blogspot.com
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