sábado, 21 de dezembro de 2013

A CIDADE LINDAMENTE ILUMINADA, porém...



UMA CIDADE LINDAMENTE ILUMINADA,
Mas, emporcalhada por má educação de seus consumidores


contraste paradoxal


De fato, a iluminação natalina está feérica e de bom gosto. O prefeito está de parabéns. Nossas pontes estão belas. A Rua da Aurora, a Av. Agamenom Magalhães, o Cais da Alfândega estão exibindo competência estética e harmônica como tempo natalino.
Todavia, quando olhamos para o chão, para as calçadas de nossas vias centrais e adjacentes, o eu se vê é um atestado de ausência de cidadania por parte do grande público consumidor. O que ocorre é que esta parcela da população cuida com zelo de sua própria casa e de sua calçada, porém, não vê nas artérias da cidade algo que, também, é seu, como um equipamento, que sendo público, faz com que cada cidadão seja responsável. Há uma alienação entre o indivíduo e o coletivo. Este sintoma é produto do acesso ao consumo (muito bom) sem o correspondente aporte de educação, que não deve ser confundido com a simples passagem pela escola em qualquer nível.
Educação com “E” maiúsculo vem do grupo social primário que socializa primordialmente o indivíduo, ou seja: família, vizinhos, amigos próximos da infância. Se esta convivência for uma falácia, em termos de civilidade, o futuro está comprometido.
Assim, não basta o cartão com limite de crédito alto, liberando aventuras consumistas. O grau de urbanidade em nossas avenidas, calçadas e mesmo corredores de shopping, depende do padrão de valores, dos princípios, das raízes culturais, éticas do povo que ocupa esses espaços.
O Recife, apesar de ter uma tradição de hábitos urbanos razoáveis, em comparação com outras metrópoles regionais, carece de um melhor padrão de comportamento público de seus munícipes.
Mesmo a prefeitura realizando três e até quatro coletas de lixo por dia e uma limpeza intensiva nas ruas centrais, nada substitui a boa educação de um povo.
A propósito, não me ocorre que cidades como Nova York, Paris, Tóquio, Berlim, que são megalópoles, tenham que gastar tanto tempo (proporcionalmente) com limpeza e higiene pública.
Que este final de tempo do advento seja motor de boas reflexões fraternais, de mais urbanidade e menos culto fanatizado ao consumismo.

Recife, 22 de dezembro de 2013
Marcelo Cavalcanti
(81) 97046806

www.politicamenteatrevido.blogspot.com

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