UMA
CIDADE LINDAMENTE ILUMINADA,
Mas,
emporcalhada por má educação de seus consumidores
contraste paradoxal
De fato, a iluminação natalina
está feérica e de bom gosto. O prefeito está de parabéns. Nossas pontes estão
belas. A Rua da Aurora, a Av. Agamenom Magalhães, o Cais da Alfândega estão exibindo
competência estética e harmônica como tempo natalino.
Todavia, quando olhamos para o
chão, para as calçadas de nossas vias centrais e adjacentes, o eu se vê é um
atestado de ausência de cidadania por parte do grande público consumidor. O que
ocorre é que esta parcela da população cuida com zelo de sua própria casa e de
sua calçada, porém, não vê nas artérias da cidade algo que, também, é seu, como
um equipamento, que sendo público, faz com que cada cidadão seja responsável.
Há uma alienação entre o indivíduo e o coletivo. Este sintoma é produto do
acesso ao consumo (muito bom) sem o correspondente aporte de educação, que não
deve ser confundido com a simples passagem pela escola em qualquer nível.
Educação com “E” maiúsculo vem
do grupo social primário que socializa primordialmente o indivíduo, ou seja:
família, vizinhos, amigos próximos da infância. Se esta convivência for uma
falácia, em termos de civilidade, o futuro está comprometido.
Assim, não basta o cartão com
limite de crédito alto, liberando aventuras consumistas. O grau de urbanidade
em nossas avenidas, calçadas e mesmo corredores de shopping, depende do padrão
de valores, dos princípios, das raízes culturais, éticas do povo que ocupa esses
espaços.
O Recife, apesar de ter uma
tradição de hábitos urbanos razoáveis, em comparação com outras metrópoles
regionais, carece de um melhor padrão de comportamento público de seus
munícipes.
Mesmo a prefeitura realizando
três e até quatro coletas de lixo por dia e uma limpeza intensiva nas ruas
centrais, nada substitui a boa educação de um povo.
A propósito, não me ocorre que
cidades como Nova York, Paris, Tóquio, Berlim, que são megalópoles, tenham que
gastar tanto tempo (proporcionalmente) com limpeza e higiene pública.
Que
este final de tempo do advento seja motor de boas reflexões fraternais, de mais
urbanidade e menos culto fanatizado ao consumismo.
Recife,
22 de dezembro de 2013
Marcelo Cavalcanti
(81)
97046806
www.politicamenteatrevido.blogspot.com
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