sexta-feira, 20 de novembro de 2009


COMO DIRIA SUA EXCELÊNCIA:
"NUNCA NESSE PAÍS...!

A voz gutural, rascante e a pronúncia do "esse" é quase "efe". Agora, o que é que nunca aconteceu antes e que vamos enumerar?

Bem vejamos fatos recentes de política internacional. O episódio da ocupação militar e confisco da maior empresa estatal do Brasil, patrimônio do nosso povo , que foi invadida e tomada sem qualquer aviso ou mesmo tentativa de negociação prévia; simplesmente tomada de assalto por um ex-"cocalero" mais famoso por suas bravatas e uma irresistível vocação caudilhesca. Como resultado, o governo brasileiro baixou a cabeça e ainda teceu argumentos justificando a agressão. Vergonha!

Depois, o novo presidente paraguaio se insurge contra o cumprimento de tratados bem assinados e vigentes e aí, mais uma vez o governo de Sua Excelência capitula e também faz coro às razões do tratante ao arrepio dos interesses nacionais.

Porém, foi agora, a poucos meses, que se deu a maior trapalhada. Um controverso presidente deposto de Honduras, fato amparado por decisão congressual e apoiado por decisão da suprema corta daquele país, volta ao país de modo clandestino, invade as instalações da sede da embaixada brasileira em Tegucigalpa; faz isso na ausência do embaixador, humilha os funcionários que ali se encontravam; toma posse do espaço, que é território brasileiro salvaguardado por irretorquível direito internacional, junto com uma centena de correligionários. Em resposta, foi e é tratado como "convidado", figura de direito inexistente, cunhada pelo Sr. Ministro de relações Exteriores (para vexame e desconforto dos meios diplomáticos internacionais). De lá, o arrogante presidente deposto, faz do prédio da embaixada palanque para entrevistas, declarações e discursos incitando a insurgência civil de modo inconsequente, arriscando seu próprio país a um conflito fratricida. Tudo isso ante o olhar pasmo do mundo.

A conivência do governo brasileiro capitaneado por sua Excelência, com essa ópera bufa de péssimo gosto, expôs nossa diplomacia ao ridículo. Não houve avanço no sentido de uma suposta restituição ao poder do "Señor Zelaya" e após meses de declarações de retórica discutível, tudo se encaminha para a degradação da resistência desse novo discípulo, de ocasião, da "revolução bolivariana".

A nós, cidadãos atônitos diante do enxovalhamento das tradições virtuosas de competência e ponderação do Itamaraty e da sapiência e habilidade lendária do Barão do Rio Branco, resta a vergonha e a indignação.

Pois é, "nunca nesse país......

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