terça-feira, 20 de abril de 2010

O SÉCULO XX E A MÚSICA DO SAGRADO

Desde o limiar deste século assistimos o fenômeno do Pe. Marcelo Rossi, como um sacerdote que se tornou ícone “pop” na nossa cultura popular e ajudou a Igreja a reagir e recuperar território em uma área onde os protestantes há muito tempo estavam à frente. Todavia, também estes investem a cada dia mais na música, que se convencionou chamar de “gospel”, por ser uma mistura de canção “pop” com versos de louvor e, no caso dos protestantes, de forte proselitismo.

Não vamos adentrar detalhes destas diversidades, pois se trata de terreno delicado. Mas, o interesse é:
Primeiro, constatar o avanço do gênero “pop” no dedilhar da lira sagrada.
Segundo, um novo fenômeno na música católica restaura o espírito gregoriano de fazer música, mantendo contato com raízes populares nacionais.

Ao contrário do que pode parecer em um primeiro instante, esta é uma tradição da música católica no Brasil. Muitos dos hinos utilizados na liturgia têm grande semelhança em andamento, ritmo e construção melódica com modinhas e mesmo marchinha da primeira metade do século XX. Na verdade, aí se disfarça uma influência da ária italiana, tal como encantou o mundo antes do avanço do jazz e do “fox-trot” americano, que mudou tudo e então, veio a canção italiana do pós-guerra de viez romântico-existencial, que se popularizou tanto nas trilhas das produções de Carlo Ponti. Era o fenômeno híbrido ítalo-americano.

Mas, voltemos a nossa música religiosa brasileira e por falar nela, Gilberto Freyre afirmava que já no final do século XVIII, compositores mulatos e mamelucos (na expressão dele) faziam composições sacras com um langor e uma melancolia próprios de um sentimento mais africano que europeu. O segundo caminho, que começamos a notar é a volta ao verso de inspiração canônica, que se mostra bastante diferente dos versos que expressam a idéia da livre inspiração pessoal, que faz jus ao espírito da “reforma” e sua doutrina básica: a do “livre exame das sagradas escrituras”. O que de fato ocorreu em um primeiro momento da retomada carismática da Igreja, foi o uso dos recursos da cultura “pop”. Investir na canção “gospel’ é importante para a expressão da fé além do espaço litúrgico. Os padres Marcelo Rossi, Fábio de Melo, Reginaldo Manzotti e outros estão dando uma grande contribuição, porém, existe uma grande lacuna que é a vertente da ária de matiz gregoriano (não confundir com canto gregoriano), que pode se revelar com grande apelo extra-litúrgico, com uso cotidiano em instantes diversos como qualquer “hit”, qualquer sucesso “pop”. O melhor exemplo disso é a música deste novo Fenômeno que é a Irmã Kelly Patrícia.

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QUEM VAI PAGAR A CONTA?

Durante toda a semana que passou a imprensa de Pernambuco noticiou e discutiu a questão da segurança pública durante os jogos do campeonato de futebol local. Com as três maiores torcidas mobilizadas, já se previa incidentes que são costumeiros, ou melhor, contumazes, de arrastões, agressões, vandalismo e grave perturbação da ordem pública.

Depois de inúmeras declarações das autoridades, que iam garantir e tal, agora, vem o saldo do domingo: 17 ônibus quebrados, além de feridos. Todavia, os jornais locais se concentram nos resultados esportivos, mas, para a sociedade, o mais importante não são os gols deste ou daquele clube e sim os prejuízos financeiros e humanos cuja conta vai ter que pagar.

Incluir os prejuízos por ações de vandalismo na planilha de custos das empresas de transporte é espúrio. Tais encargos devem ser cobrados diretamente do estado, que é responsável pela segurança pública. E mais, mesmo assim não deve onerar o contribuinte. Sugestão: em caso de vandalismo, que se desconte o prejuízo do programa “Vale Nota” e do caixa dos clubes envolvidos nos eventos esportivos. Bem, o básico, tratar perturbação da ordem pública, vandalismo e correlatos como crime de fato e não como simples ocorrência de pouca importância. Torcida organizada que agride pessoas e destrói patrimônio é quadrilha e como tal deve ser tratada pela polícia e pela justiça. Se o estado reprimir e punir com rigor, a sociedade não sofrerá e a canalha de todas as cores será extinta, repelida pela sociedade e não tolerada pelo estado.

Sugestão dois: que as entidades que representam os usuários de transporte público, entrem com ações judiciais para que o ônus de atos de vandalismo não seja incluso nas planilhas de base para cálculo das tarifas. Pois, por enquanto, quem paga pelos crimes da súcia são os cidadãos de bem que nada têm a ver com isso.

Casa Forte, 20/04/2010
Marcelo Cavalcanti
(81) 92482399 - cavalcantimarcelo1948@hotmail.com

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