Aparentemente, este é um tema fácil. Quando ouvimos, lembramos de rampas, caracteres em Braille, língua gestual de “libras”, etc. De fato são avanços significativos, que fazem a diferença entre multidões (cerca de 15% da população) serem ou não inclusas nos processos culturais e econômicos das sociedades.
No entanto, a preocupação aqui é mostrar a paridade entre inclusão social de pessoas com deficiência e avanço real do desenvolvimento humano. Sociedades com maior atenção para difusão de suas riquezas e democratização de suas estruturas tendem a respeitar e abrir espaços para seus membros que tem alguma limitação física ou intelectual, reconhecendo-os como devem e como são.
Assim, regimes totalitários de qualquer coloração ideológica foram grandes opressores dos deficientes e se hoje, de igual modo, eventualmente, procedem é porque usam programas de inclusão como vitrine, propaganda política internacional.
Na verdade, sociedades militarizadas, de viez fascista ou proto-fascista, autocráticas ou que se pautam em valores chamados de “eugenia” e assemelhados, são, historicamente, algozes daqueles que não são avaliados como aptos em seus critérios.
Por este ponto de vista, idosos e deficientes perdem espaço e respeito social.
Nós, brasileiros, que construímos um percurso palpável, reconhecível destas intenções, temos que nos voltar para a face pública da cidade, suas atitudes perante os cidadãos, independente de idade, condições físicas ou intelectuais.
Desta forma, vamos discutir a rampa sim, do acesso e uso de transportes coletivos também, assim como, de educação inclusiva, de disponibilização de todo elenco de instrumentos que viabilizam a participação de todos, com deficiência ou não na vida, no trabalho, no lazer, em tudo o que a cidade oferece.
Que esta audiência, hoje, seja um marco de trabalho para construção real da cidadania plena.
Casa Forte, 09/06/2010
Marcelo Cavalcanti
(81) 92482399 - cavalcantimarcelo1948@hotmail.com
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