quinta-feira, 3 de junho de 2010

MAIS PROPOSTAS E DISCUSSÕES, MENOS CONVERSA FIADA


Parece que esta é uma preocupação antiga (e é), que estaria fora da moda das emoções fáceis, mas, nunca é demais lembrar que a degeneração demagógica e o discurso de frases feitas perverteu de modo irremediável a república romana, tornando-a uma ditadura, depois uma ditadura imperial, o que além da popularidade de César, calcificou o domínio e privilégio classista do patriciado.

Assim, antes de refletirmos sobre o tema, vamos lembrar ainda que, projetos autocráticos se constroem basicamente por três vias. A saber;
a) “manu militari” como os golpes de estado tão useiros na América Latina até quase ontem;
b) Através de insurreições e revoluções desnaturadas e manipuladas de diversos matizes;
c) Pela corrupção ideológico-demagógica de estados de direito.

Feitos estes alertas históricos, vamos pensar o que queremos e precisamos para o nosso amanhã enquanto sociedade e nação.

Este é um momento em que é de grande importância que se busque aprofundar políticas para o futuro do Brasil. É necessário que na seqüência do projeto de extinção da miséria endêmica seja definido o que fazer com a população egressa da indigência para que não se torne refém de sua ferramenta de redenção. Isto é perverso e cruel. Todavia, não basta afirmar que tal estagnação em política social dogmática ou viciosa seria um desastre. Até porque a inércia social não autorreplicante. A constrição social em bolsões de insolvência socioeconômica é algo premeditado, eu diria mesmo, doloso por quem faz e executa política pública de ação social.

É fundamental, portanto, que se proponha como e com que meios vamos progredir social, econômica e politicamente. E todo este propósito se contradiz, conflita com a prática da “conversa fiada”, do discurso vazio, eivado de frases de efeito. Tudo o que nós brasileiros não precisamos é de réplicas e tréplicas ocas, recheadas de espuma estéril, das acusações e vitupérios ideológicos. Pois é, não constrói o futuro do país, a repetência “ad intinitum” de maniqueísmos, de fórmulas gastas e erodidas, bem como, a insistência maníaca em um círculo estúpido de modelos esvaídos e esgotados.

Formular programas, idéias, metas, mensuráveis para o avanço da democracia e da civilização brasileira é o ponto nodal para avaliação do que é melhor e mais profícuo para a República federativa do Brasil.

Portanto, menos espuma de retórica barata, menos guloseima verbal confeitada e mais seriedade, mais respeito, mais competência no debate sobre o que queremos enquanto sociedade civil, enquanto país.

Casa Forte, 03/06/2010
Marcelo Cavalcanti
(81)92482399 - cavalcantimarcelo1948@hotmail.com

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