sábado, 24 de julho de 2010

A “ANS” VERSUS DEFICIENTES AUDITIVOS E PLANOS DE SAÚDE



- Quem está do lado de quem?


A “ANS – Agência Nacional de Saúde” revogou parcialmente a obrigatoriedade de cobertura por parte dos planos de saúde dos implantes auditivos. Os detalhes são irrelevantes. O que indigna é que uma agência reguladora atue com medidas restritivas ao arrepio das recomendações da “Sociedade Brasileira de Otorrinolaringologia”.


Deficientes auditivos, seus familiares e amigos, assim como, todos que advogam em favor dos direitos e dos interesses dos deficientes devem se levantar. Este ato é um flagrante desrespeito à política de inclusão dos surdos e depõe contra a integridade e isenção da instituição reguladora. Afinal, até as pedras percebem que é uma decisão que favorece as empresas de planos de saúde.


Os argumentos da “ANS” demonstram rematada insensibilidade e beiram o cinismo quando obrigam as operadoras de planos de saúde a (no máximo) custearem apenas um implante auditivo. Algo semelhante a diante de uma prescrição de um par de óculos, pelo oftalmologista, ser confeccionado apenas um monóculo. É risível, mas, é real.


A “ANS” mesmo diante do protesto da “Associação Brasileira de Otorrinolaringologia” se justifica com o arrazoado de que não existiriam motivos científicos comprovados para a amplitude da obrigatoriedade.


Na realidade, todo o a Otorrinolaringologia recomenda é exatamente o contrário. Primeiro, que tais implantes deveriam ser colocados o mais cedo possível nos pacientes, sendo absurda a suspensão da obrigatoriedade na janela etária dos seis aos dezoito anos. Segundo, a orientação, em todos os casos é que, sempre que possível, o implante ocorra nos dois ouvidos, pois melhora sensivelmente o senso de direção do som e evita a atrofia definitiva do nervo auditivo desassistido.


A atitude da “ANS” reduz deficientes auditivos a subcidadãos e, de modo indireto, afrontam a todos que têm uma deficiência. Não dá para aceitar.


Agora, vamos ficar alertas e observar, depois desta mixórdia grosseira se vai rolar alguma doação “in pecúnia” das seguradoras e empresas de planos de saúde nos caixas de campanha de candidatos governistas. Tal fato não afrontaria a lei, mas, desacata os brios da sociedade.


Casa Forte, 24/07/2010
Marcelo Cavalcanti
(81) 92482399 - cavalcantimarcelo1948@hotmail.com

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