quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

A GUERRA DO RIO – II



O resgate da dignidade carioca


É preciso virar a página. Afastada a ameaça maior dos narcotraficantes e desmontadas as milícias, a seguir, cumpre ao estado recuperar seu papel, implantando escolas, creches, delegacias, postos de saúde, centros sociais, juizados especiais, etc.

Este será um momento delicado. Há muito tempo as populações das comunidades chamadas favelas no Rio de Janeiro se acostumaram a viver sob um poder paralelo muito truculento, cruel, mas, muito próximo, presente. Mesmo derrotada as mega quadrilhas continuarão a a existir e poderão buscar novos espaços para sobreviver.

E ainda existe um outro flanco aberto nesta batalha: o terceiro setor. Isto mesmo, as tão conhecidas “ongs” que já estão por lá. Em quase todas as comunidades podem ser encontradas e nem sempre tão inocentes. Aliás, as “ongs” frequentemente trabalham com a ingenuidade social em busca de supostos ideários, o que lhes garante gordas verbas e muitas contribuições.

Melhor faz o estado, quando age usando seus próprios meios, não delegando a essa gente de atitude tão oblíqua o que é de sua responsabilidade e do seu dever.

Espero voltar a ver uma sociedade carioca livre, alegre e feliz como é de sua tradição.

Casa Forte, 01/12/2010

Marcelo Cavalcanti

(81)93195627 - cavalcantimarcelo1948@hotmail.com

Post Scriptum: Existe uma cultura de apologia à violência, ao consumo de drogas, e pasmem, de enfrentamento à polícia e estigmatização da figura do policial, que é difundida em versos e canções por “djs, cantores, grupos temáticos e assemelhados. Tudo isto é tolerado e aplaudido por expoentes de organizações civís e até alguns agentes públicos. Existem conceitos que beiram o nilismo, que consideram toda manifestação contrária a ordem estabelecida como “revolucionária”. Tem delírio pra todos os gostos e este pensamento tem origem numa certa esquerda de matiz europeu, que considera toda moderação e reconhecimento de uma ordem institucional como uma capitulação perante uma suposta “elite burguesa”.

O Governador Sérgio Cabral (do qual não sou simpatizante) afirmou muito bem: “Não pode haver direitos humanos sem ordem e segurança pública”.

Tem mais, nas comunidades onde há o domínio de “falanges’ e “comandos” do narcotráfico encontra-se também uma rede de apoio composta pela cumplicidade interesseira de familiares dos “soldados” do tráfico e, como é previsível, as mulheres, companheiras, amantes, namoradas de bandidos, dos quais são teúdas e manteúdas e perante as quais são vistos como protetores. Estas verdadeiras “redes sociais” proporcionam além de apoio pessoal, um serviço de informações e espionagem comunitária.

Tudo isto, precisa ser combatido de modo inteligente, porém, firme. Após iniciativas como a que se assiste, não há lugar para qualquer tipo de tolerância ou permissividade. Esta é uma excelente oportunidade para uma virada real e consequente construção de novos valores, de referências e parâmetros, de hábitos e costumes descolados do submundo do crime e da contravenção.

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