terça-feira, 14 de dezembro de 2010

JULIAN ASSANGE
A LIBERTAÇÃO COMO VITÓRIA DE VALORES



O australiano, do famoso site que divulga segredos diplomáticos sem pudores, beneficiado por decisão legal que decide por sua libertação sob fiança. Uma decisão elogiável da justiça inglesa.
Na verdade, o que ocorreu e ocorre é uma negligência dos sistemas de segurança dos países que tiveram a privacidade de sua comunicação eletrônica defenestrada.
A armação mal feita que gerou a acusação do governo sueco é infeliz e não convence. Aliás, a Suécia, embora tenha grande fama de ter um IDH alto, de ser um exemplo de “wellfare state”, historicamente tem o costume de ceder às grandes potências. Ali, bem ali na esquina da História, foi colaboracionista do III Reich nazista e seu território foi usado como campo de pesquisa com “água pesada’ para o desenvolvimento de arma atômica. Simples assim. Agora, ao permitir que seu sistema jurídico se preste a esta ópera bufa, que é a acusação montada contra Julian Assange, perdeu uma boa oportunidade de dizer não às pressões espúrias daqueles que querem parar o Wiki Leaks.
Se os governos envolvidos nos episódios vexatórios divulgados, fizerem seus deveres de casa e tratarem com mais eficiência as questões de segredo de estado, sites como o Wiki Leaks tornar-se-ão, apenas, vetores de fofoca internacional.
Não há como atingir Julian Assange sem comprometer a liberdade de expressão. O Ocidente deve se mostrar maior e mais altivo. Os ingleses deram (e estão dando) lição de que não se deve corromper valores como liberdade e democracia por causa de escândalos de futrica diplomática. Londres não é Havana, não é Pequim, não é Rangum, não é PyongYang... ainda bem.

Casa Forte, 14/12/2010
Marcelo Cavalcanti
(81)93195627 - cavalcantimarcelo1948@hotmail.com

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