sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

EGITO IV
Sexta feira na “Terra da Sexta Feira”
(como diria Nostradamus)

A Praça Tanrik é o emblema destes jovens pertinazes que almejam a vida de outros infantes com quem interagem na internet, pelos celulares e que vêem, assistem nos youtubes da vida. Esta meninada nem tão juvenil assim, viu na Tunísia um exemplo a ser seguido e resolveu, literalmente, chutar o balde. Como Sansão, o herói hebreu, eles não suspeitavam da força que têm. E o resultado está aí. Estão à beira de dar xeque-mate em um governo de trinta anos, em um regime de cinqüenta e oito anos.

Mas.. como costumeiramente afirma aquele businessman sovina de Wall Street: “no free lunch”. Junto com os louros desta insurreição vem o espaço criado pelo foi desencantado, destruído. Diante de um governo que arqueja moribundo surge um grande buraco político. Em palavras mais diretas: existe uma iminência de vácuo de poder. Se tal ocorrer, a vantagem nítida é das forças políticas mais organizadas, ou seja, Irmandade Islâmica, partidos radicais orgânicos de modelo leninista, organizações para-religiosas herméticas que sobrevivem bem sob o tacão das ditaduras, etc.

O que está em jogo é muito mais que um confronto de arruaças de grupos provocadores, replicando a insubordinação civil. Mais que nunca as atitudes políticas devem ter a delicadeza e a firme precisão de um ourives.

Portanto é aconselhável não esquecer a lição rematada da História: o caos revolucionário sempre interessa aos piores aventureiros. O resto é perfumaria barata, miçangas, maquiagem “para inglês ver” – “ipsi literis”.

Casa Forte, 04/02/2011
Marcelo Cavalcanti
(81)93195627 - cavalcantimarcelo1948@hotmail.com

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