quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

EGITO VI
Abre-se um novo portal para a pós modernidade, mas...

A queda do governo Mubarak foi bom motivo para comemorações efusivas. É sempre saudável ver um ditador cair. Os militares não são essencialmente garantia de realização democrática, porém, são o que é possível no momento. Afinal, eles, os militares, também estão em situação estreita. Terão que lidar com forças heterogêneas da sociedade civil, que ainda não se organizaram de maneira a construir lideranças consolidadas.

Amr Musa, ex-Ministro de Relações Exteriores e o emblemático El Baradei, Prêmio Nobel da Paz despontam como líderes laicos e tomara que se afirmem como possíveis condutores dos novos rumos de uma almejada democracia egípcia. Analistas ponderam que a “Irmandade Islâmica“ teria evoluído e renunciado a propósitos teocráticos. Se for verdade, a pátria está salva.

As massas da Praça Tahrik abriram um portal para um destino que ainda não se conhece. O berro insólito do dromedário ainda ecoa pelas areias do Vale do Nilo. A ressonância é e será ouvida em todo o Oriente Médio e Norte da África. Argel, Trípoli, Damasco, Teerã, Riad, Rabat, Al Manamah, os minaretes vibram como diapasões. O mundo ainda lembra a festa do Cairo. Que venha célere a paz social, a concórdia e a democracia, mas, as interrogações continuam.

Casa Forte, 16/02/2011
Marcelo Cavalcanti
(81) 93195627 - cavalcantimarcelo1948@hotmail.com

Post Scriptum: A junta militar egípcia já proibiu reuniões públicas. Como este blog declarou recentemente, os militares, via de regra, só reconhecem uma forma de exercício do poder: pela força.

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