quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

INDULGÊNCIA BREVE II

A VERDADEIRA DIFERENÇA


A notícia que vazou pela Reuters, divulgada pela CBN (da Globo), de que a Presidente teria afirmado à delegação americana com quem conversou, a sua preferência pelos aviões da Boeing, “F-18” é exemplar. De fato, os especialistas militares, já a muito tempo mostravam nítida simpatia pelas aeronaves americanas. Também, se analisarmos pelo aspecto geopolítico é visível a vantagem do acoplamento estratégico da Força Aérea Brasileira à tecnologia dos americanos. A questão é simples. Estes modelos têm sido os mais testados em combate, são produto de um investimento continuado de engenharia militar brutal no sentido de que sejam eficientes e estejam à frente dos concorrentes estratégicos em eventual confronto. Neste aspecto (da vantagem geopolítica), apenas a Venezuela (do caudilho histriônico Chávez) vive uma corrida armamentista com a compra de aviões russos, se sabe, são inferiores aos “F-18”. Portanto, ao optar pelos caças Boeing, com transferência integral de tecnologia, o governo brasileiro pode estar tomando uma decisão militarmente acertada e politicamente afinada com as necessidades e interesses do Brasil.

Quando se trata de questões fundamentais da defesa nacional, com ressonância profunda na posição internacional brasileira, não há lugar para jogo de intrigas político-ideológicas. Governar a República Federativa do Brasil é mais, é muito mais que gerenciar disputas de facções sindicais e assemelhadas (com todo respeito aos sindicalistas).

Razões de estado não obedecem, ou não devem obedecer, a conveniências cripto-ideológicas. O Brasil tem hoje uma importância no cenário internacional que não admite a digressão política vinculada a ranços ultrapassados e visões míopes da conjuntura continental e mundial.

As perguntas que o governo deve responder são: onde estão melhor defendidos os interesses do país? Quais as melhores parcerias militares? Na guerra econômica cambial que está em curso globalmente, qual a posição que melhor defende a economia nacional? E, como mover a posição militar da quinta economia do mundo para uma situação de fortalecimento estratégico?

A resposta adequada às questões colocadas faz, sem dúvida, muita diferença entre governar (ainda que com equívocos persistentes) e, de outro modo, levianamente curtir o poder, num exercício de catarse de frustrações infanto-juvenis.

Em questões de política internacional, o Brasil tem um débito de oito anos de guinadas e fanfarronices. Corrigir alguns rumos é algo a ser visto com bons olhos.

Casa Forte, 09/02/2011
Marcelo Cavalcanti
(81)93195627 - cavalcantimarcelo1948@hotmail.com

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