segunda-feira, 17 de outubro de 2011

CORRUPÇÃO COM FOICE E MARTELO

Deu na “Veja” e também no “jornal Nacional”, no “Fantástico”; está em toda a grande imprensa com destaque. Denúncia de mais de 40 milhões de reais desviados. Tem mais, se os repórteres aprofundarem as investigações no rumo de administrações municipais controladas pelos comunistas pode, quem sabe (?), haver mais descobertas, principalmente, aquelas onde estão à frente militantes orgânicos. Não é a toa que a “camaradagem” tem tanto interesse no controle social da mídia, leia-se: censura política disfarçada.

Pelo teor das reportagens, o estilo é clássico. Recursos para fortalecer os cofres da sigla. E isto é muito difícil de provar porque eles têm uma organização subjacente de caráter leninista. É tudo compartimentado e se mantém segredos tumulares e silêncio mais que sagrado. Algo parecido com a “omertá”, porém, mais perfeito. Para começar, acredito de boa vontade, que não houve usufruto ou apropriação pessoal da pecúnia, supostamente, desviado, o que tornaria o fato mais grave, pois deixaria de ser um simples roubo de dinheiro público para ser conspiração contra a República, via financiamento de atividades partidárias ilegais. Os “camaradas”, provavelmente, racionalizam e dormem de consciência tranquila. Arrancar recursos do estado “burguês” pode vir a ser uma virtuosa “expropriação revolucionária”. Todavia, o que eles chamam de “socialismo científico” não passa da montagem de uma república do tipo soviético, baseada em teses leninistas e métodos derivados de seu sucessor, que passou à História, mais conhecido pelo codinome Stalin.

Poupemos o leitor de detalhes sórdidos. Importa agora, limpar esta porcaria que pode comprometer a imagem do país em tempo de pré-copa do mundo. Esta vitrine, que é o Ministério dos Esportes, tem que ter absoluta transparência. A Presidente Dilma Rousseff diz não admitir nem tolerar “mal feito”. O Ministro Orlando Silva é do PCdoB baiano, região onde o referido partido tem maior “teor orgânico” e é o berço do atual secretário político do comitê central, quero dizer, presidente nacional, José Renato Rabelo, que veio dali de Nazaré, próximo ao Barbalho, tradicional bairro soteropolitano.

Sra. Presidente, a fidelidade política dos “camaradas” pode ter um preço muito alto. Pelo poder que lhe foi conferido pelos brasileiros, é preciso executar o que deve ser feito rapidamente. O país sangra moralmente. Pelo bem do Brasil e do seu próprio governo, urge usar a caneta...

O que é estrutura orgânica leninista?

É uma combinação de organismos horizontais compartimentados com direção coletiva e cooptação individual (as eleições são por prévia indicação de instância superior – uma simples formalidade – e ainda assim, é reservado o direito de dissolução e intervenção sobre os órgãos inferiores sem aviso prévio). Mais ou menos, a estrutura se compõe assim: células de base, direções intermediárias, direções regionais, comitê central. Uma pirâmide organizacional, que é (eventualmente) alimentada por uma estrutura vertical que protege as direções de ficaram expostas em caso de perseguição ou investigação policial. Em paralelo, em entidades onde há um coletivo de militantes, são criadas frações que cuidam das atividades dos mesmo naquela instituição onde estão. Exemplo: fração da UNE, fração da CUT, fração do MST, etc. Estas frações recebem diretivas da instância imediatamente superior ou da ação dos “verticais”, que antigamente eram chamados de “serviços”, preservando a estrutura horizontal e dificultando a ação de agentes infiltrados. No Ministério dos Esportes, provavelmente, há uma fração que cuida da aplicação da orientação do partido para o Ministério. Isto protege o comitê central sem prejuízo da agilidade política. Esta combinação estrutural é o eixo duro de um partido leninista e foi capaz de resistir até a repressão da ditadura militar. Contém elementos de disciplina militar, porém, é mais eficiente porque tem o elemento ideológico mobilizador, que transforma os militantes em abnegados voluntários (as vezes, nem tanto), que buscam, como “apóstolos” construir um ideário, em nome do qual, tudo se justifica. Neste aspecto, Lenin admoestava os comunistas da época, afirmando que a “democracia burguesa” não é um princípio, mas, um momento, uma conveniência porque é o regime que mais facilita a luta de classes e também, a ocupação de postos do aparelho de estado, o que posteriormente é usando para a “revolução”. Ao redor desta estrutura orgânica fica a massa de filiados e simpatizantes de onde são recrutados os militantes que ocuparão postos e funções da estrutura interna. Para estes, muita “agitação propaganda”. Textos, jornais, resoluções, comunicados são distribuídos, lidos e discutidos à exaustão para “fazer a cabeça” de todos que são alvo de ação política, que combina rudimentos de filosofia marxista, uma espécie de dialética simplória adaptada a questões práticas da política do cotidiano. Daí, a força de persuasão e penetração deste método, que simplifica tudo de modo a ser entendido e aplicado por pessoas simples, que passam a se sentirem iluminadas e vetores importantes do caminho “revolucionário”, a vereda sacralizada do “shangrilá” socialista.

Bem, esta é a pedreira que qualquer investigação enfrenta. Só a dissidência abre o flanco orgânico. Daí, o tratamento duro, ácido até violento (...) que dão aos ex-militantes que ousam ser críticos, a quem chamam de “renegados” e aos quais acusam de praticar uma espécie de “apostasia” da “fé revolucionária”. Disseram horrores, até, de Astrogildo Pereira, (que foi dirigente do PCB), quando este, nos anos cinquenta, saiu publicamente do partido e fez autocrítica pública denunciando o estalinismo como anti-humanismo distópico. Afinal, eles se julgam a vanguarda de uma hipotética “classe operária” e como tal, condutores do futuro da humanidade. É o que Lenin ensinava...
Casa Forte, 17 de outubro de 2011
Marcelo Cavalcanti
(81)93195627 – cavalcantimarcelo1948@hotmail.com
http://www.politicamenteatrevido.blogspot.com/


Um blog pela liberdade e pela democracia por convicção













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