CULTO À VIOLÊNCIA II
Combater uma endemia social
Preservando a liberdade e a democracia
Ver a manchete de determinados tablóides e o olhar injetado de certos comunicadores, a voz passional teatralizada, a mistura de humor negro e atitudes de autêntico linchamento virtual. Tudo isso pode levar a uma reação, igualmente emocional, de repressão, de tolhimento, de censura.
É exatamente neste plano que é imperativo o cuidado em preservar os valores de liberdade de expressão e tratamento democrático dos meios de comunicação. O destempero de maus profissionais não pode ser pretexto para censura.
Todavia, é urgente a elaboração e aprovação de ferramentas legais que punam exemplarmente aqueles que desrespeitam e demonizam o cidadão desassistido, exposto e socialmente indefeso. Em outras palavras: combater o sarcasmo e o escárnio preconceituoso com rigor sem escorregar na tentação mefistofélica de adotar medidas autoritárias. O próprio Ministério Público pode se valer do arsenal de leis em vigor para oferecer denúncia contra aqueles que tratam os pobres mal educados (porque excluídos) e, principalmente, os jovens, ainda que infratores, como objeto de apedrejamento e zombaria grotesca.
Combater a violência social, que é endêmica, preservando o corpo democrático da sociedade. Eis a questã, eis a tarefe a ser levada avante.
Casa Forte, 05 de outubro de 2011
Marcelo Cavalcanti
(81)93195627 – cavalcantimarcelo1948@hotmail.com
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