quarta-feira, 2 de novembro de 2011

BRASIL, PARAÍSO DAS ONGS

Agora,
Na rota de caça da “bête rouge”


A promiscuidade entre as ongs e os partidos e organizações políticas vem de longe. Lá, no final dos anos setenta, tal intimidade era bem vista por conta da necessidade de se ganhar musculatura na luta pela derrubada da ditadura militar.

Se remontarmos os finais da década citada, vamos encontrar entidades nacionais recebendo recursos financeiros de outras estrangeiras, na rubrica de obras sociais e de combate à pobreza, e de fato, fazendo eventos civis e mobilizações políticas, muitas vezes, sendo depositárias de doações financeiras com o objetivo de financiar custeio e “capacitar” dirigentes e “agentes sociais”. Este era o jargão: fazer projetos para custeio ou para eventos, capacitação, etc. A ligação entre as chamadas, ongs financiadoras e movimentos e organizações políticas é, também, muito antiga. Inúmeras instituições europeias, ligadas a grupos religiosos, facções políticas, sindicais e movimentos, ditos, sociais de lá, Europa, estão presentes na história do “livro caixa” de entidades políticas brasileiras e, através delas, de partidos políticos. Nesse filme não há heróis ou “mocinhos”.

Afinal, quem financiou os encontros preparatórios e congressos de fundação da CUT, do próprio PT, do MST (que nem tem personalidade jurídica, é um “movimento” informal), etc, etc.

Hoje, ocupando o centro do poder na República, em vários estados e em muitos municípios, o PT não precisa mais de expedientes extravagantes para sustentar seu projeto político. Seria debalde seguir essa trilha. Algo como procurar chifre em cabeça de cavalo. Agora, o estado, através de programas, projetos e convênios, é quem favorece, de modo público e oficial, movimentos como o MST, que recebe a dinheirama “chapa branca” por intermédio de cooperativas e associações, supostamente, agrárias.

Todavia, grupos políticos, que embora, partícipes do poder, não ocupam posição de força, são compelidos à tentação de buscar formas alternativas de custeio de atividades e projetos de natureza partidária ou parapartidária. Com pouca presença no aparelho de estado e sendo vistos com reserva por outras forças políticas e organizações do “segundo setor”, por conta da radicalidade histórica de seus projetos e ações de poder, esses segmentos são sutilmente discriminados.

Assim sendo, ongs depositárias de verbas governamentais, algumas até “fabricadas”, são um caminho curto e tentador para o achaque corruptor, para a “associação viciosa” (para usar uma expressão eufemística). É assim que se delineia a nova rota de caça da “bête rouge”: os campos pródigos e generosos cujos mapas estão nos cofres mal guardados das, já emblemáticas, organizações não governamentais.

ANOTAÇÕES DE ROTA DE CAÇA: Não procurem por Indiana Jones, porque eles não levam jeito de Harisson Ford e o “templo da perdição” pode estar em qualquer esquina, em um endereço “laranja”, ou em um “aparelho” secreto. Nessa rota, a cadeia alimentar principia nas massas carentes, crédulas e famintas de esperança e culmina nos camaradas comissários, guiadores rumo ao “shan-gri-lá” prometido para depois da revolução. Ouçam com cuidado... subsiste um terror ancestral. Esse som rouco, quase surdo, é o bramir da “bête rouge”.

Casa Forte, 02 de novembro de 2011
(O dia em que os mortos ensinam com a notícia de sua memória, que a vida é o bem maior)
Marcelo Cavalcanti
(81)93195627 - cavalcantimarcelo1948@hotmail.com
www.politicamenteatrevido.blogspot.com
Um blog pela liberdade, pela democracia, que não teme o bramido da “bête rouge”.

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