terça-feira, 22 de novembro de 2011

UM ANO SEM BLAKE EDWARDS



Ontem, assisti pela décima primeira vez “Breakfast at Tiffany’s”, no Brasil , consagrado com o nome de “Bonequinha de Luxo”. Rever esta adaptação da novela de Truman Capote, flexão que parecia difícil para a época, com seus tabus e farisaísmos ainda sobreviventes na sociedade americana, é um prazer renovado. É claro que dirigir Aldrey Hepburn (a princesinha belga) era um privilégio. Todavia, tudo se resolveu com um roteiro bem acabado, exibindo uma feição quase mágica e a garota, que tocava violão e cantava a imortal “Moon River” de Mancini, tresandava uma leve fumaça (a blended smoke – numa acepção shakespeariana) beatnick. Fumaça que fazia finesse e humor na longilínea piteira. Era o kitch assumido como tal, assim como a própria joalheria que empresta o nome ao filme. Lidar com esses elementos e ainda extrair alguma interpretação de George Peppard, foi uma marca de mestre com a assinatura de Edwards. Com essa revisita, lembro a passagem de um ano do falecimento deste mago da leveza, da revelação dos sentimentos em cenas aparentemente inocentes, como o resgate do gato de “Holly Golighly (mais uma vez, “Breakfast at Tifffany’s”), que fez uma obra sobreviver meio século sem qualquer postura pretensiosa. De algum modo, portanto, ele está até hoje entre nós. Blake Edwards lives in our mind.


Casa forte, 23 de novembro de 2011
Marcelo Cavalcanti
(81)93195627 - cavalcantimarcelo1948@hotmail.com
www.politicamenteatrevido.blogspot.com
Um blog pela liberdade e pela democracia, lembrando o gênio de um mestre.


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