quarta-feira, 2 de maio de 2012

COMO OS NOVOS "MANDARINS" TRATAM OS DEFICIENTES VISUAIS



DE COMO OS NOVOS MANDARINS CHINESES TRATAM OS DEFICIENTES VISUAIS

Foi publicado na “Folha de São Paulo” de 28 de abril reportagem e em nova matéria de hoje é noticiado um fato que vem ganhando destaque. O dissidente chinês Chen Guangcheng, que chegou a se refugiar na embaixada americana em Beijin, tem sofrido toda a sorte de perseguições e ameaças que incluem a sua família, segundo o ativista Bob Fu, dirigente de uma “ong” chinesa, chamada “China Aid” e que o ajudou a fugir da prisão domiciliar.

Imagem de vídeo postado no You Tube mostra Chen Guangcheng, ativista que é advogado e cego
Ativista dissidente chinês condenado e impedido de advogar e sequer cuidar livremente da saúde

Perseguições de dissidentes na atualidade, no “Império do Meio”, não são nada estranho. Eles não têm qualquer tradição de liberdades públicas em sua História , exceto, em um período muito curto, após a queda da monarquia.

O que salta aos olhos nestas notícias é o fato de vir a público que na República Popular da China deficientes visuais são proibidos de ingressar em cursos de “Ciências Jurídicas' (como eles chamam, o que chamamos de Curso de Direito). A proibição é atroz e retrógrada. Expõe o preconceito e a discriminação como são tratados os deficientes naquele país. Todavia, não é estranha. Se voltarmos um pouco no tempo, observaremos que na extinta “União soviética” stalinista havia uma obsessão pelo culto a superioridade “operária” como afirmação dos ideais socialistas. Havia também, uma estética chamada de “realismo socialista”, que buscava mostrar sempre figuras de homens fortes e musculosos, de perfil apolíneo, na condição de operários, como afirmação deste princípio. Era a supremacia física como afirmação ideológica. Na época, também não era estranho. Os fascistas e nazi-fascistas faziam algo muitíssimo semelhante. O que mudava era o conceito de supremacia etnico-racial para uma idéia de supremacia de classe. Algo assumido textualmente pelos comunistas russos, até o XX Congresso do PC da URSS em 1956 e a nova conceituação de estado de todo o povo formulada por Krutchev. Portanto, não há nada esquisito, que um regime político fundamentado em um maoismo neoestalininsta preservasse e afirmasse estas “joias” do preconceito protofascista.

Agora, resta a opinião pública mundial se levantar e fazer pressão para que os novos mandarins neomoderados, entronizados a partir de Deng Xiao Ping, tratem com humanidade e isonomia os deficientes chineses, que nem sempre podem ou querem se exilar para viver com dignidade.

Casa Forte, 02 de maio de 2012
Marcelo Cavalcanti

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