DE COMO OS NOVOS MANDARINS CHINESES TRATAM OS DEFICIENTES VISUAIS
Foi publicado na “Folha de São Paulo” de 28 de abril reportagem e em nova matéria de hoje é noticiado um fato que vem ganhando destaque. O dissidente chinês Chen Guangcheng, que chegou a se refugiar na embaixada americana em Beijin, tem sofrido toda a sorte de perseguições e ameaças que incluem a sua família, segundo o ativista Bob Fu, dirigente de uma “ong” chinesa, chamada “China Aid” e que o ajudou a fugir da prisão domiciliar.
Ativista dissidente chinês condenado e impedido de advogar e sequer cuidar livremente da saúde
Perseguições de dissidentes na atualidade, no “Império do Meio”, não são nada estranho. Eles não têm qualquer tradição de liberdades públicas em sua História , exceto, em um período muito curto, após a queda da monarquia.
O que salta aos olhos nestas notícias é o fato de vir a público que na República Popular da China deficientes visuais são proibidos de ingressar em cursos de “Ciências Jurídicas' (como eles chamam, o que chamamos de Curso de Direito). A proibição é atroz e retrógrada. Expõe o preconceito e a discriminação como são tratados os deficientes naquele país. Todavia, não é estranha. Se voltarmos um pouco no tempo, observaremos que na extinta “União soviética” stalinista havia uma obsessão pelo culto a superioridade “operária” como afirmação dos ideais socialistas. Havia também, uma estética chamada de “realismo socialista”, que buscava mostrar sempre figuras de homens fortes e musculosos, de perfil apolíneo, na condição de operários, como afirmação deste princípio. Era a supremacia física como afirmação ideológica. Na época, também não era estranho. Os fascistas e nazi-fascistas faziam algo muitíssimo semelhante. O que mudava era o conceito de supremacia etnico-racial para uma idéia de supremacia de classe. Algo assumido textualmente pelos comunistas russos, até o XX Congresso do PC da URSS em 1956 e a nova conceituação de estado de todo o povo formulada por Krutchev. Portanto, não há nada esquisito, que um regime político fundamentado em um maoismo neoestalininsta preservasse e afirmasse estas “joias” do preconceito protofascista.
Agora, resta a opinião pública mundial se levantar e fazer pressão para que os novos mandarins neomoderados, entronizados a partir de Deng Xiao Ping, tratem com humanidade e isonomia os deficientes chineses, que nem sempre podem ou querem se exilar para viver com dignidade.
Casa Forte, 02 de maio de 2012
Marcelo Cavalcanti
(81)93195627 – cavalcantimarcelo1948@hotmail.com
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