Depois de “Saigon”
Foi preciso reinventar a interpretação da melodia popular
com acento harmônico de tons.
A canção de Claudio Cartier, Paulo Feital e Carlão tem
limites nos versos. O drama da narrativa de uma paixão incendiada, crepitante,
com todos os ingredientes, que vão do batom riscado no espelho, indo até a
espera desvairada pela volta da amada “pra Saigon”... Ao dar vida, brilho, ao nos levar a ver “as estrelas
na escuridão” pelos caminhos de sua voz de timbre aveludado e colocação
perfeita, com um toque de exuberância, Emílio Vitalino Santiago marcou época na
música popular brasileira do final do Século XX.
A ária “Saigon” foi mais que uma metáfora para uma paixão
sitiada, foi um nome emblemático agudo, construído , musicalmente, pela
vocalização forte, cheia de paradoxos suaves de Emílio.Assim, depois de “Saigon”, o que dizer e como contar a saga passional urbana, pós-moderna, que atravessa os campos noturnos da loucura, sem a voz e a emoção melódica do seu canto.
Recife 21 de março de 2013
Marcelo Cavalcanti
(81)93195627
www.politicamenteatrevido.blogspot.com
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