sexta-feira, 1 de março de 2013

TRANSIÇÃO


TRANSIÇÃO:

O FIM DE UM PONTIFICADO, A LIÇÃO APOSTÓLICA DE BENTO XVI
E A CONTINUIDADE DA IGREJA

 

A radicalidade do desprendimento de Bento XVI é um discurso que fala alto, cala fundo e manifesta o espírito católico. A pregação da doação de si mesmo, da renúncia, do desapego é uma tradição cristã, católica, que tem raízes no missionarismo peregrino e no ascetismo monacal e mesmo eremita.

Em contrário, a fé de resultados, o valor da emulação individual e da busca tenaz do sucesso pessoal é uma marca de outros grupos, que floresceram ao lado da modernidade burguesa. É neste quadro de oposição entre o desprendimento apostólico e a crítica marcada por um neo puritanismo de origem calvinista, que ocorre o processo de sucessão do pontificado romano.

A interferência de grupos alheios e divergentes da comunidade católica se dá, inclusive, pela influência subliminar que vai gerando uma cultura sincrética nas populações católicas, principalmente, onde elas são sobrepujadas por outras vertentes religiosas e, em particular, em sociedades culturalmente hegemonizadas pelo ideário e pela ética protestante (no melhor sentido weberiano da expressão).

No entanto, são cento e poucos cardeais que vão soberanamente eleger o próximo papa; livres e guardando a tradição do respeito e acolhimento obediente ao pricípio canônico da inspiração divina, que unge a escolha no conclave cardinalício.

Marcelo Cavalcanti

(81)93195627


“Post Scriptum”: Obrigado Bento XVI. Obrigado por nos ensinar com a própria vida a lição sublime da abnegação, do desapego e da humildade. Receba nosso carinho, reconhecimento e respeito. Mais uma vez, ressoando as palavras de São Paulo (em tradução livre): “cobati o bom combate, encerrei a carreira e guardei a fé”.

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