TRANSIÇÃO:
O FIM
DE UM PONTIFICADO, A LIÇÃO APOSTÓLICA DE BENTO XVI
E A
CONTINUIDADE DA IGREJA
A radicalidade do
desprendimento de Bento XVI é um discurso que fala alto, cala fundo e manifesta
o espírito católico. A pregação da doação de si mesmo, da renúncia, do desapego
é uma tradição cristã, católica, que tem raízes no missionarismo peregrino e no
ascetismo monacal e mesmo eremita.
Em contrário, a fé de
resultados, o valor da emulação individual e da busca tenaz do sucesso pessoal
é uma marca de outros grupos, que floresceram ao lado da modernidade burguesa. É
neste quadro de oposição entre o desprendimento apostólico e a crítica marcada
por um neo puritanismo de origem calvinista, que ocorre o processo de sucessão
do pontificado romano.
A interferência de grupos
alheios e divergentes da comunidade católica se dá, inclusive, pela influência
subliminar que vai gerando uma cultura sincrética nas populações católicas,
principalmente, onde elas são sobrepujadas por outras vertentes religiosas e,
em particular, em sociedades culturalmente hegemonizadas pelo ideário e pela
ética protestante (no melhor sentido weberiano da expressão).
No entanto, são cento e poucos
cardeais que vão soberanamente eleger o próximo papa; livres e guardando a
tradição do respeito e acolhimento obediente ao pricípio canônico da inspiração
divina, que unge a escolha no conclave cardinalício.
Marcelo
Cavalcanti
(81)93195627
“Post
Scriptum”: Obrigado Bento XVI. Obrigado por nos ensinar com a própria vida a
lição sublime da abnegação, do desapego e da humildade. Receba nosso carinho,
reconhecimento e respeito. Mais uma vez, ressoando as palavras de São Paulo (em
tradução livre): “cobati o bom combate, encerrei a carreira e guardei a fé”.
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