segunda-feira, 22 de abril de 2013

Lembra-se da palavra CARESTIA?


CARESTIA!...

- Ela está voltando

Quem tem mais de trinta anos ainda se lembra do que foi ter que conviver com uma inflação de até 88% ao mês. A moeda não durava uma estação. Tivemos cruzado, cruzado real, cruzeiro novo e mesmo uma tal “URV – unidade de real valor” que era já um mecanismo de transição monetária, que foi usada como referência para o estabelecimento do “Real”; um último indexador de uma moeda volátil. Nem mesmo os choques de planos heterodoxos e o confisco de poupança no início do governo Collor, foi eficaz.

Foi no governo de Itamar Franco, com Fernando Henrique Cardoso Ministro da Fazenda e o “Plano Real”, que desindexou a economia, que foi vencida a alta inflacionária e conquistou-se a estabilidade monetária.

Durante os oito anos do governo petista do Sr. Luiz Inácio, a macroeconomia foi comandada pelo presidente do Banco Central, Henrique Meireles, que tinha sido eleito deputado federal pelo PSDB (isso mesmo) e tem em seu “curriculum” a passagem pela presidência do “Bank Boston”. Era o petismo com política macroeconômica de mercado. Foi assim que o Brasil resistiu à crise de 2008. Todavia, a atual presidente mudou toda a agenda econômica; mudou toda a orientação do governo em relação ao Banco Central e aprofundou a intervenção nefasta nas estatais, em particular, na Petrobrás, que está sendo dilapidada em sua capacidade de investimento, decaindo no “ranking” internacional e sendo sucateada. Além disto, passou a estimular o consumo via renúncia fiscal, escancarada liberalidade de crédito, saturando a capacidade de endividamento da população, e ainda, a regulação artificial de preços.

O resultado está aí. Temos inflação renascente e crescimento irrisório; temos falta de confiança dos investidores e a ameaça de desemprego a médio prazo.

Não há solução milagrosa. Alta de juros, redução do meio circulante, mais, retomada da taxa usual de impostos. Tudo isso é remédio amargo e não se increve nos manuais econômicos, ditos, de esquerda.

Com todas estas questões pendentes e o ranço esquerdoide do atual governo petista, a presença, a volta da carestia é uma quase certeza. Como afirma o surrado ditado de “Walt Street”: “No free lunch” (não existe almoço grátis). Vamos pagar caro pela farra de milhões e milhões de automóveis e motos, que invadem, lotam e congestionam nossas ruas. A atitude irresponsável de paparicar a qualquer custo os desejos de consumo dos emergentes vai se derramar por toda a população.

A carestia é brutal e perversa, principalmente, com os mais pobres. Todavia, ela esta batendo na porta da economia brasileira.

A carestia é o lado concreto, direto da alta de preços ao consumidor, que reflete o impacto inflacionário, que frequentemente, sobra das manipulações de índices oficiais, mas, é duramente sentido pelo bolso popular.

O surto de alta do prosaico tomate ou de outro item qualquer de consumo, é apenas um sinal do que pode vir por aí. É impressionante como a sexta economia do mundo se comporta como se fosse apenas uma “banana republic” sob a égide de um aventureiro inepto qualquer.

Sem pretender aludir a slogans de natureza político-publicitária, o Brasil merece e pode, com certeza, fazer melhor e muito, muito mais. Porém, precisa se despir dos mantos ridículos de um populismo que se acha revolucionário.

Recife, 22 de abril de 2013
Marcelo Cavalcanti
(81)93195627
www.politicamenteatrevido.blogspot.com

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