CARESTIA!...
- Ela está voltando
Quem
tem mais de trinta anos ainda se lembra do que foi ter que conviver com uma
inflação de até 88% ao mês. A moeda não durava uma estação. Tivemos cruzado,
cruzado real, cruzeiro novo e mesmo uma tal “URV – unidade de real valor” que
era já um mecanismo de transição monetária, que foi usada como referência para
o estabelecimento do “Real”; um último indexador de uma moeda volátil. Nem
mesmo os choques de planos heterodoxos e o confisco de poupança no início do
governo Collor, foi eficaz.
Foi no
governo de Itamar Franco, com Fernando Henrique Cardoso Ministro da Fazenda e o
“Plano Real”, que desindexou a economia, que foi vencida a alta inflacionária e
conquistou-se a estabilidade monetária.
Durante
os oito anos do governo petista do Sr. Luiz Inácio, a macroeconomia foi
comandada pelo presidente do Banco Central, Henrique Meireles, que tinha sido
eleito deputado federal pelo PSDB (isso mesmo) e tem em seu “curriculum” a
passagem pela presidência do “Bank Boston”. Era o petismo com política
macroeconômica de mercado. Foi assim que o Brasil resistiu à crise de 2008. Todavia,
a atual presidente mudou toda a agenda econômica; mudou toda a orientação do
governo em relação ao Banco Central e aprofundou a intervenção nefasta nas
estatais, em particular, na Petrobrás, que está sendo dilapidada em sua capacidade
de investimento, decaindo no “ranking” internacional e sendo sucateada. Além
disto, passou a estimular o consumo via renúncia fiscal, escancarada
liberalidade de crédito, saturando a capacidade de endividamento da população,
e ainda, a regulação artificial de preços.
O
resultado está aí. Temos inflação renascente e crescimento irrisório; temos falta
de confiança dos investidores e a ameaça de desemprego a médio prazo.
Não há
solução milagrosa. Alta de juros, redução do meio circulante, mais, retomada da
taxa usual de impostos. Tudo isso é remédio amargo e não se increve nos manuais
econômicos, ditos, de esquerda.
Com
todas estas questões pendentes e o ranço esquerdoide do atual governo petista,
a presença, a volta da carestia é uma quase certeza. Como afirma o surrado
ditado de “Walt Street”: “No free lunch” (não existe almoço grátis). Vamos
pagar caro pela farra de milhões e milhões de automóveis e motos, que invadem,
lotam e congestionam nossas ruas. A atitude irresponsável de paparicar a
qualquer custo os desejos de consumo dos emergentes vai se derramar por toda a
população.
A
carestia é brutal e perversa, principalmente, com os mais pobres. Todavia, ela
esta batendo na porta da economia brasileira.
A carestia
é o lado concreto, direto da alta de preços ao consumidor, que reflete o
impacto inflacionário, que frequentemente, sobra das manipulações de índices
oficiais, mas, é duramente sentido pelo bolso popular.
O surto
de alta do prosaico tomate ou de outro item qualquer de consumo, é apenas um
sinal do que pode vir por aí. É impressionante como a sexta economia do mundo
se comporta como se fosse apenas uma “banana republic” sob a égide de um
aventureiro inepto qualquer.
Sem
pretender aludir a slogans de natureza político-publicitária, o Brasil merece e
pode, com certeza, fazer melhor e muito, muito mais. Porém, precisa se despir
dos mantos ridículos de um populismo que se acha revolucionário.
Recife,
22 de abril de 2013
Marcelo
Cavalcanti(81)93195627
www.politicamenteatrevido.blogspot.com
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