OS DOIS
BRASÍS EM UM SÓ PAÍS
- a
fissura perversa
Nem tudo é uma questão de PIB,
mas, a inflação pode ser quase tudo no bolso do homem pobre, da mulher que vive
de trabalhos informais e recebe o bolsa-família como adjutório no sustento de
sua casa.
Todavia, se o PIB não cresce em
índices significativos, porém, as taxas inflacionárias insistem em subir, aí,
fecha-se um círculo perverso que pode
sufocar as finanças do povo e, em particular, dos mais desassistidos. E isto,
sem dúvida, acaba criando dois mundos em um só país. O primeiro, devidamente indexado,
de algum modo, repassa os números da dilapidação monetária aos preços e tarifas
e ao mesmo tempo se protege em depósitos e papéis que lhe deem renda acima das
cifras corrosivas da desvalorização da moeda. O segundo ouve promessas (que não
entende como vão acontecer) e se consola com programas de transferência de
renda e tenta sobreviver pela esperança (e ainda bem que ela existe), buscando
uma praia de expectativas, algo onde pisar para a sua caminhada de
ex-emergente.
Esses dois Brasís, no entanto,
convivem e usufruem de um comum em proporções absolutamente díspares. Mas, onde
fica o princípio de justiça social e o propósito de redução de desigualdades
tão alardeados pelos governos dos últimos dez anos?
É esta a conjuntura que se
avizinha para nosso país. O governo se perde em manobras de sustentação
política e de arregimentação para uma eventual reeleição. Além disto, se
circunscreve a iniciativas pontuais que tentam remediar os trancos da economia.
O Brasil devia ser um, contudo,
gestões atrabiliárias provocam fissuras e as vítimas dessas fraturas são, em
potencial, os descontentes e civicamente insurgentes de amanhã.
São esses contingentes
vilipendiados por uma política econômica madrasta, que hoje se aglutinam e
amanhã pode vir a ser motor irresistível de vitalização de nossa democracia.
Recife,
05 de maio de 2013
Marcelo
Cavalcanti(81)97046806
www.politicamenteatrevido.blogspot.com
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